Intraempreendedorismo na Programação
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Em um dia qualquer quando cursava o terceiro ano do ensino médio, lembro-me da psicóloga do colégio entrando na sala para falar sobre o que queríamos ser. A conversa deve ter durado uns 30 minutos, e não me lembro dos detalhes, mas uma coisa que ela disse ficou na minha mente: “A faculdade não é o único caminho”.
Como assim? Não é o único caminho? O que mais eu poderia escolher senão um dos vários cursos disponibilizados pelas faculdades? Essas dúvidas tomaram conta da minha cabeça por alguns dias. Como ela fala algo assim e sai sem nos dizer quais outros caminhos podemos seguir?
Com essa dúvida na cabeça, fui atrás de informação e cheguei ao tão famoso tema “empreendedorismo”. Desde então sempre tive interesse pelo assunto e pelas características de um empreendedor.
Hoje sei que o empreendedorismo é só mais um caminho que você pode trilhar, assim como ser um atleta, um músico, um engenheiro, ou até mesmo um intraempreendedor!
Acredito que agora você deve estar se perguntando o que é esse tal de “intraempreendedorismo”. Bem, as pessoas tendem a pensar que empreender se resume em criar um negócio, mas você pode empreender sendo colaborador de uma empresa, sendo esse o conceito de intraempreendedorismo.
Gifford Pinchot III em seu livro: “Intrapreneuring: por que você não precisa deixar a empresa para tornar-se um empreendedor”, de 1985, descreveu os intraempreendedores como indivíduos sonhadores que assumem a responsabilidade pela criação de inovações dentro das empresas, transformando uma ideia em algo que possa ser lucrativo para os negócios.
Segundo Pinchot III (1985), estas são as principais características de um intraempreendedor:
- Visão.
- Polivalência.
- Necessidade de agir.
- Prazer em realizar pequenas tarefas.
- Dedicação.
- Prioridades.
- Metas.
- Superação de erros.
- Administração de riscos.
Para Wunderer (2001), para que a cultura intraempreendedora possa fazer parte de uma organização, esta precisa oferecer instrumentos como:
- Gerenciamento da empresa por objetivos.
- Seleção de recursos humanos em função desses objetivos.
- Definição de responsabilidades individuais;
- Liderança participativa e delegada.
- Treinamento e capacitação pessoal.
- Reconhecimento pessoal.
- Estabelecimento de canais de comunicação entre os colaboradores,
- Envolvimento de todos em projetos.
- Realização de pesquisas com os clientes internos e externos.
- Ampliação dos benefícios aos colaboradores.
Sabemos que hoje na área da programação e desenvolvimento de software, existem diversas oportunidades em que esse conceito pode ser facilmente aplicado, pois nos deparamos com um mercado que cada vez mais valoriza as habilidades pessoais e interpessoais (soft skills), além das metodologias ágeis que aumentam a produtividade e eficiência do trabalho realizado por equipes de desenvolvimento.
Dentro desse contexto, o programador pode se entender como um intraempreendedor, que por definição tem como característica foco na inovação, autogestão, superação, resiliência, proatividade, realização de metas e visão do negócio (projeto em andamento ou propósito da empresa).
O programador que se alinha com o propósito da empresa e faz daquele o seu propósito pessoal, com o intuito de criar projetos e iniciativas que fazem a empresa a chegar cada vez mais longe e vê isso como uma conquista pessoal, tende a evoluir cada vez mais e alcançar patamares inacreditáveis.
Portanto, fica claro a correlação entre a atividade do programador e o intraempreendedorismo, pois quem faz parte de um time de desenvolvimento tem que apresentar todas as características citadas. Então se você é um programador que faz dos objetivos da empresa seus objetivos pessoais, parabéns, você é um intraempreendedor!