Article image
Francisco Martellini
Francisco Martellini24/08/2022 06:56
Compartilhe

Transição de carreira e os cursos de dados e TI da UNIVESP

  • #SQL
  • #Python

Meu primeiro contato com a UNIVESP foi quando eu estava no meio da minha primeira graduação (em administração pública, depois de ter parado o curso de física devido a problemas familiares), e por uma estranha coincidência, quando eu comecei a me envolver de forma mais séria com a área de dados.

Naquela época não havia os cursos da área de computação na universidade, mas a ideia sempre me pareceu interessante: uma universidade pública (e eu tenho um apreço muito grande pela ideia de universidade pública não somente pela gratuidade, mas pela importância social) e com aulas à distância, o que me ajudaria a levar uma nova graduação enquanto trabalhava ou fazia um mestrado (não sei vocês, mas aulas até as 23h, no meu caso, sempre me deixaram muito esgotado).

Quando iniciei minha especialização em Data Science e Analytics, descobri duas coisas: a primeira, é que na área de dados o diploma importa para o mercado, mesmo que eu tenha sido professor de física por mais de 10 anos e tenha muito conhecimento em estatística, a segunda é que como desejo fazer um mestrado na área, nem todos os programas de exatas me aceitam pelo meu diploma original ser em administração pública (existem programas que aceitam estudantes de qualquer área, como o mestrado da FT e da FEEC na UNICAMP, mas a aceitação está ligada ao aval do orientador, que pode torcer o nariz dependendo da sua formação inicial).

Devido a esse cenário, esse ano iniciei minha segunda graduação na UNIVESP, no eixo computação, e apesar da perspectiva de um curso de 3 a 5 anos, até o momento tenho gostado bastante do conteúdo e da estrutura da universidade.

Sobre os cursos

Atualmente, a UNIVESP tem 9 cursos, divididos em 3 eixos:

  • Pedagogia, Letras, Matemática (Eixo Licenciatura)
  • Ciência de Dados, Tecnologia da Informação, Engenharia de Computação (Eixo Computação)
  • Engenharia de Produção, Administração e Tecnologia em Processos Gerenciais (Eixo Negócios e Produção)

No vestibular você escolhe o eixo, faz 1 ano e meio comum com todos os cursos dele, e depois escolhe a área na qual quer se especializar. No caso do eixo computação, a duração máxima de cada curso (contando com os 3 primeiros semestres iniciais) é de 3 anos para Tecnologia da Informação, 4 anos para Ciência de Dados e 5 anos para Engenharia da Computação, mas os outros eixos seguem o mesmo padrão de tempo para os seus cursos.

As disciplinas são bimestrais, 3 por bimestre, com uma avaliação única, presencial, no final dele, e avaliações semanais feitas à distância, no AVA.

Sobre o eixo computação

Atualmente estou matriculado no eixo computação, com pretensão de fazer o bacharelado em ciência de dados. Sobre os outros cursos, o bacharelado em Tecnologia da Informação é o mesmo que um curso de tecnologia em análise e desenvolvimento de sistemas, e o curso de engenharia de computação foi o primeiro curso da universidade na área, sendo anterior a criação dos eixos.

Apesar da falta de paciência com algumas das disciplinas iniciais, por ser minha segunda graduação (e o curso de pensamento computacional da Profa. Juliana da DIO é muuuuuito melhor que o da UNIVESP!), a estrutura das disciplinas e o material de estudo são coerentes e bem organizados.

Algumas das vídeo aulas, que estão disponíveis no YouTube inclusive para quem não é aluno, são muito boas e usadas por alunos de outras universidades (quem de exatas nunca usou os cursos da UNIVESP, no lugar das aulas daquele professor "clássico" de cálculo e física?).

A grade dos cursos pode ser encontrada na página da universidade, e para os curiosos, seguem os links:

Prós e Contras

Esses pontos são baseados na minha experiência pessoal, mas alguns deles você só descobre depois que ingressa, então achei interessante trazer aqui, para que cada um posso avaliar de acordo com a sua necessidade:

Prós

  • Aulas assíncronas: assista quando quiser (só não perca o prazo das avaliações)
  • Avaliação contínua (semanalmente, ao longo da disciplina, você tem atividades de avaliação que correspondem a 40% da nota e tiram um pouco do peso da avaliação bimestral, que é presencial, o que ajuda quem tem uma rotina muito intensa de trabalho).
  • Diversidade: muitos alunos de escolas públicas, com mais de 40 anos e com filhos (aqui vai uma crítica que tenho com a universidade pública, o que justifica a importância desse ponto para mim: ela não lida bem com pessoas normais que não tem vidas perfeitas, ou que tiveram de parar por um longo tempo para cuidar dos pais, meu caso, ou que se dedicaram aos filhos a vida toda).
  • Qualidade das vídeo aulas e do material, com os professores das universidades que organizam os cursos.

Contras

  • Cada pólo tem um coordenador indicado pela prefeitura da cidade (leia-se cargo de confiança), e a interação com ele pode ser problemática (a maior parte dos problemas da UNIVESP tem a ver com isso): para dar uma ideia, a ex-coordenadora do pólo de Limeira nunca ficava na escola onde o pólo está localizado, porque ela dava aulas em outra lugar e só podia dispor de 6h (quando ela deveria ficar 40h), e também porque ela preferia trabalhar no edifício empresarial em cima de um dos Shoppings da cidade (o detalhe é que ela não avisou ninguém disso; o pólo de Limeira vai mudar para lá, mas a Secretaria de Desenvolvimento ainda está resolvendo a parte de infra e a Univesp não foi avisada). Quando eu reclamei disso na Univesp, a coordenadora me ligou no meio da tarde para tirar satisfação comigo sobre a reclamação.
  • A duração dos cursos pode ser longa dependendo do seu objetivo de carreira.
  • Alguns processos são bem burocráticos, e se você não se atentar pode perder prazos, porque acontecem problemas frequentes com os sistemas de matrícula e com o AVA - devido a interação entre tutores, professores, coordenadores de pólo e Univesp, demora um pouco para descobri quem vai resolver o problema.

Encerrando, para o meu momento de carreira está valendo a pena, e tem me ajudado na transição de carreira (quero me tornar um cientista de dados!) e na perspectiva para ingressar em um mestrado. Pode ser que daqui a 1 ano e meio eu faça o bacharelado em TI ou descubra que não vale a pena concluir uma segunda graduação, mas a vida não é um fluxograma (a minha nunca foi, com duas longas pausas cuidando da minha avó com Alzheimer e da minha mãe com câncer), então voltar atrás de algumas decisões faz parte desse processo. E para você, será que vale a pena?

Compartilhe
Comentários (4)
Matheus Santos
Matheus Santos - 24/08/2022 09:49

Estou no terceiro ano de engenharia da computação pela UNIVESP, a grade do curso é boa, o unico problema que estou enfrentando são os projetos integradores, que começam no quarto semestre e vão ate o final do curso, neste projeto que é basicamente um tcc, temos que montar um grupo e construir uma aplicação, porém fazer isso a distancia é complicado. Mas do restante, é tudo tranquilo.

Douglas Souza
Douglas Souza - 24/08/2022 09:20

Me identifiquei com você Francisco, trabalho na área administrativa de hospital, atualmente estou estudando Analise e Desenvolvimento de Sistemas, na esperança de migrar de carreira, sou apaixonado por tecnologia, e estou tendo muita dificuldade para entrar na área, devido aos meus 13 anos de experiencia Administrativa.



Francisco Martellini
Francisco Martellini - 24/08/2022 07:16

Aceita sim, Idarian. Mas as provas bimestrais são presencias, então você precisa vir para a cidade onde o pólo que você se matriculou está localizado a cada dois meses, no dia da prova (para computação é a última segunda a noite do bimestre).

IS

Idarlan Silva - 24/08/2022 07:13

Lá aceita pessoas que não residem em São Paulo?