TI, Trabalho e Sobrevivência: A Jornada Invisível de Quem Tenta Mudar de Vida Pela Educação
Nos últimos anos, a Tecnologia da Informação se tornou o símbolo de possibilidade, futuro e transformação social. Mas ao mesmo tempo em que as portas do setor parecem abertas, quem realmente tenta entrar percebe que o caminho é muito mais estreito e difícil do que costuma ser mostrado.
Falo como alguém que ainda vive uma rotina dupla: sou Técnica de Enfermagem, estudo Análise e Desenvolvimento de Sistemas e sigo tentando conquistar a minha primeira oportunidade na TI — algo que, para muitas pessoas, parece simples, mas que na realidade exige muito mais do que apenas força de vontade.
E essa é a verdade que quase não é dita.
📌 Introdução
Migrar para a área de Tecnologia, vindo de um contexto desafiador, é muito mais do que aprender lógica, programação, redes ou metodologias.
É tentar construir um futuro enquanto se luta para não perder o presente.
É equilibrar trabalho, cansaço, estudo, vida pessoal, instabilidade, rotina pesada e, ainda assim, encontrar energia para acreditar que a educação pode mudar destinos.
É também conviver com exigências cada vez mais altas para vagas que, teoricamente, deveriam ser de entrada — e com a sensação desconfortável de que o “básico necessário” nunca é suficiente.
📘 Desenvolvimento
1. A luta silenciosa de milhares que tentam entrar na TI
Para quem já está inserido no setor, a caminhada pode parecer lógica e natural. Mas para quem vem de outras áreas — como eu, que continuo na saúde — a realidade é outra.
É estudar no intervalo do trabalho.
É reescrever planos de vida às pressas.
É abrir mão de descanso para dar lugar a aulas, exercícios e projetos.
É tentar acompanhar processos seletivos com requisitos que pouco dialogam com a realidade de quem ainda está começando.
E, mesmo assim, continuar acreditando.
Porque para muitos de nós, a TI não é apenas uma carreira — é uma esperança concreta de mudança.
2. O peso adicional de ser mulher, pobre e sem rede de apoio
Quando falamos sobre oportunidades, é impossível ignorar que o ponto de partida nunca é igual.
Para mulheres, especialmente de origem humilde, a jornada traz camadas adicionais:
- a necessidade constante de provar competência,
- a autopercepção de que “precisamos saber mais para valer o mesmo”,
- a comparação com pessoas que tiveram mais tempo, mais recursos, mais incentivos,
- e a sensação frequente de insuficiência, mesmo dedicando horas aos estudos.
É um esforço emocional e psicológico que nem sempre é visível nas estatísticas, mas é profundamente vivido na prática.
A cada aula, surge o pensamento:
“Quanto mais estudo, mais percebo o quanto ainda falta aprender.”
E mesmo sabendo que esse sentimento é normal, ele pesa.
Pesa muito.
3. A cobrança interna que destrói — e a força que reconstrói
Existe uma expectativa silenciosa de que precisamos sempre fazer o dobro, entregar mais, ser impecáveis.
E isso cria um ciclo desgastante:
estuda-se muito, trabalha-se muito e, mesmo assim, a sensação de incapacidade aparece.
É nesses momentos que a vontade de desistir vira sombra.
Porque ninguém fala o suficiente sobre o esgotamento de quem tenta, tenta e tenta… enquanto gerencia uma vida inteira nas costas.
Mas também é nesses momentos que nasce algo poderoso:
a resiliência.
Não aquela resiliência romantizada, mas a do mundo real — que não surge de discurso motivacional, mas da necessidade prática de transformar a própria realidade.
4. A visão que precisamos discutir com mais maturidade
Há um discurso muito difundido de que “se você se esforçar, tudo vai acontecer”.
Mas quem vive a vida real sabe: esforço é essencial, mas não explica tudo.
Existem barreiras concretas, sociais, emocionais, financeiras e estruturais.
E apontar isso não é reclamar.
Não é atacar.
Não é criar divisão.
É simplesmente reconhecer que cada trajetória é única, e que algumas são mais longas, mais íngremes e mais solitárias — mas ainda assim totalmente possíveis.
✨ Conclusão
Se você, assim como eu, está lutando para entrar na área de TI enquanto equilibra trabalho, estudos e sobrevivência, quero te dizer uma coisa com toda sinceridade:
Você não é incapaz.
Você está sobrecarregada(o).
E ainda assim, segue firme. Isso é força — mesmo quando não parece.
Seu caminho talvez não seja o mais rápido.
Talvez não seja o mais simples.
Talvez não seja o mais privilegiado.
Mas ele é seu, e é valioso.
E ao contrário do que muitos discursos prontos sugerem, não existe uma única narrativa de sucesso.
Existem milhares — e cada uma nasce de realidades diferentes.
A sua está em construção.
E você tem o direito de avançar no seu tempo, com os seus recursos e com a sua história.
🔥 Call to Action
Quero abrir um espaço para quem está vivendo algo parecido:
👉 Qual é o seu maior desafio para entrar na área de TI?
👉 Como você tem equilibrado a vida real com o desejo de construir um futuro melhor?
👉 Você sente esse peso também?
Comenta aqui.
A sua experiência importa — e pode ajudar alguém a seguir firme.
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🧩 Credenciais
- Jullia Karolina de Paula
- 26 anos
- Técnica de Enfermagem
- Estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas (4º período)
- Em processo ativo de transição para a área de TI
- 🔗 Linkedin: Jullia Karolina De Paula | LinkedIn
- 📑GitHub: JulliaKarolinaPaula (Jullia Karolina)
- 📧E-mail: julliakarolinadev@gmail.com | julliakarolinadepauladev@gmail.com






