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Gabriel Roledo09/05/2025 00:06
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Sobre o medo de começar aos 30

    No auge dos meus 33 anos, atuando como operador de centro de usinagem na indústria mecânica, resolvi migrar para dados. Ao pesquisar sobre automação industrial, acabei esbarrando nas possibilidades da programação. O que começou como curiosidade, se transformou em algo muito maior: uma paixão pela área de dados e por toda a sua complexidade e múltiplas possibilidades de atuação.

    Essa descoberta trouxe uma série de dúvidas. Por onde começar? Qual caminho seguir: análise, ciência de dados, engenharia, machine learning? São muitas opções, e cada uma com sua própria trilha de conhecimento.

    Mas hoje, especificamente, fui tomado por algo mais forte que a curiosidade: o medo.

    Medo de estar começando tarde demais.

    Medo de competir com pessoas que já atuam na área há anos.

    Medo de não dar conta de estudar tudo o que preciso enquanto trabalho em tempo integral, cuido da minha família, concluo uma especialização na minha área atual (que termina em três meses) e ainda corro contra o prazo de um bootcamp que estou fazendo aqui na DIO.

    Como todo adulto cheio de responsabilidades, o que mais importa pra mim no fim do dia é a chance conquistar uma boa oportunidade de emprego (Essa é uma pressão que só quem chega nessa idade sem uma profissão bem definida consegue entender). Mas, mais do que a questão financeira, o que tem me mantido acordado até meia-noite, quase todos os dias, é a paixão pela programação. Mesmo tendo surgido tarde na minha vida, me dá a sensação de que finalmente encontrei o meu caminho profissional.

    Ainda não sei o quão difícil será essa transição de carreira. Mas se tem algo que a maturidade ensina, é que nenhum desafio é maior do que a constância e a vontade genuína de conquistar um sonho.

    Então mesmo com dias onde a ansiedade e o medo me abraçam forte, sigo aprendendo, passo a passo. Porque, mesmo com medo, a única atitude capaz de mudar essa realidade é continuar seguindo em frente e acreditando que daqui um ano vou ser um programador muito melhor do que o aventureiro que começou mês passado e está aqui desabafando com vocês.

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    Comentários (1)
    Carlos Lima
    Carlos Lima - 09/05/2025 00:26

    Há um dado curioso, Gabriel: o ser humano tem, em média, apenas quatro mil semanas de vida — se viver até os oitenta anos. Imagine, você ainda não viveu nem metade dessas semanas.

    Um erro capital é tentar fazer tudo ao mesmo tempo. Mas, quando há foco em elementos específicos ao longo da jornada, a quantidade eventualmente se transforma em qualidade.

    O medo será uma presença constante. Eu tive que lidar com ele, e você conhece outros que também enfrentaram isso. A minha postura diante do universo, nesse caso, é repetir para mim mesmo: "serei um programador/analista". Não me condiciono a fatores fora do meu controle — como ser bem remunerado agora ou ser o melhor do mundo. Apenas me comprometo em ser, e eventualmente ocuparei essa posição. Afinal, o medo muitas vezes é apenas perfeccionismo disfarçado — aquela ideia equivocada de que todos os dias serão perfeitos, de que você sempre terá X horas para estudar, de que vai entender tudo de primeira, e assim por diante…

    Desejo-lhe sorte em sua jornada. Busque por bons guias e mantenha-se fiel a eles. Por exemplo, se o seu caminho for o de dados, há um livro que recomendo — está em anexo.

    Por experiência própria: aprenda em público. Publique o que você está fazendo, faça perguntas, apareça. Isso ajuda tanto na motivação quanto na consolidação do conhecimento.

    Continue escrevendo. Eu mesmo considero essa uma das formas mais eficientes de lidar com os meus medos

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