Qual o conteúdo que você tinha maior dificuldade e hoje, pode se considerar um expert? #communityweekchallenge
Minha maior dificuldade que virou expertise?
Iniciar a linguagem de programação Python, devido à falta de experiência.
Eu ainda continuo com dificuldades, certamente que sim, mas que são cada vez, mais e mais superadas, pela prática, a cada dia.
Contarei breve:
- histórico profissional;
- histórico pessoal;
- A dificuldade em iniciar o estudo da linguagem;
- O porquê de que eu me considero um expert.
Saí da dificuldade (tendo experiência) para me tornar praticamente um inexperiente e depois poder me considerar um expert.
2 - Histórico profissional;
Na minha função anterior, como professor pesquisador na área de biotecnologia, fui responsável por escolher alunos titulares, avaliar e corrigir projetos capazes de captar financiamento em instituições de fomento à pesquisa. Eu orientei três excelentes alunos, então sob minha tutela e claro, eles estavam interessados em atuar na área de pesquisa em biotecnologia e bioinformática. Os três começaram no mesmo mês, como alunos de iniciação científica e um como aluno de mestrado, no laboratório de genômica, que eu atuava.
Neste processo, estes alunos me consideravam expert na área, com uma experiência sólida que poderia ser, por eles aprendida. A estes alunos, fiz com que tivessem avaliações de liderança e conversei com eles sobre seus objetivos, de escolher a melhor trilha, na área que estavam abraçando.
Muitos orientadores, eu percebia, que criavam uma competição entre seus orientados, o que muitas vezes gerava animosidade entre alguns alunos.
A minha equipe tinha espírito competitivo, mas eu os guiava no sentido da empatia, cooperação e valorização, o que gerava em outros grupos, com os quais eu não trabalhava diretamente, um sentimento de desvalorização.
O que fazíamos? Muitas vezes tentávamos uma proatividade para modificar este sentimento, em reuniões, nas quais discutíamos outras possibilidades de atuação, que gerasse resultados de impacto, que permitisse e fizesse outros colaboradores indiretos a sentirem o crescimento real das habilidades profissional e pessoal que estavam desenvolvendo, o que gerava satisfação.
Em determinada época precisei administrar um corte no orçamento de pesquisa devido à queda no financiamento das instituições de fomento. O que gerou um estresse significativo nas equipes de pesquisa. Eu sabia que precisava manter os produtos duráveis e não duráveis para a continuidade das pesquisas em andamento e as nossas funções principais funcionando. Tivemos que sacrificar alguns projetos para cumprir a nova diretriz orçamentária. Fazíamos reuniões sobre os nossos projetos mais urgentes e engavetávamos aqueles com menor engajamento para que gastássemos menos em recursos, e que nos permitisse a manutenção de resultados que gerassem impacto. Conversei com minha equipe sobre enxergar, aonde havia maior desperdício financeiro em nosso projeto.
Por isso, fomos capazes de manter os alunos de iniciação científica e contribuir com outros grupos, pois conseguimos focar em nossa função principal em vez de desviar tempo e recursos para atividades de pesquisa que gerasse despesa desnecessária, naquele momento. Esta situação me ensinou algo valioso, a ser afirmativo, decisivo e confiante ao focar naquilo que era mais necessário para o andamento dos projetos no laboratório de pesquisa.
Então...
Muitas vezes a lógica de nossas vidas, não é exatamente a mesma lógica que programamos, seja no ambiente profissional e pessoal.
As experiências acima, não foram nada, quando comparo, com a experiência que contarei agora:
2 - histórico pessoal;
Como professor pesquisador, fui abalado profissionalmente a ponto de perder o gosto pela profissão, cheguei ao ponto de doar, para quem não tinha, quase tudo que eu possuía, menos o iPad e o MacBook. Deixei, infelizmente na época, minha família e amigos preocupados. Uma situação muito difícil para mim (pela primeira vez falo sobre isso) aconteceu comigo, minha esposa, parceira de 7 anos, estávamos prestes a nos casar oficialmente, mas ela veio a falecer.
A todos que estão lendo, antes de mais nada, hoje estou bem, reencontrei o gosto pela vida e pelas coisas da vida.
Um destes gostos é o de poder Codar, caminho que trilho agora, um sonho antigo que agora está ser tornando realidade.
Então, voltando ao assunto, não aguentei o baque e larguei tudo...
Os amigos de verdade ficaram. Os familiares foram solícitos, mas ainda assim me distanciei de quase todos por um período.
Meus projetos de pesquisa compunham parcela significativa da minha renda regular, mesmo assim deixei tudo para trás.
Para resumir, fiz um longo período, digamos sabático, pois eu ainda tinha recursos que me permitiriam manter meu sustento e a deixar tudo aquilo que lembrasse minha falecida esposa para trás. Eu resolvi escolher este caminho até eu reencontrar o meu renascimento, aonde eu realmente teria que me reinventar.
Hoje, este processo está diretamente relacionado com o desenvolvimento de minha habilidade na área da programação.
Eu estou aproveitando as oportunidades para evoluir meu portfólio e aprender a como fazê-lo através do #communityweekchallenge, pela participação e absorção do que é transmitido e que eu possa usar em meu processo de desenvolvimento das minhas habilidades como programador.
Assim, estou continuamente revendo meus limites a ponto de adequar as minhas novas perspectivas e necessidades profissionais. Estou seguindo em frente, sem pular etapas e respeitando o tempo certo para cada situação.
Pois, tem um ditado que mais ou menos diz que: se uma borboleta sair antes de sua crisálida, e não esperar o tempo certo de sua metamorfose, suas asas serão incompletas e seu voo será curto e não gerará um legado.
Por isso, sigo o passo a passo para ter o mínimo necessário para atuar nesta profissão.
Embora, eu quisesse encontrar uma maneira de acelerar, ainda assim sei que terei que aguardar o tempo certo de conclusão de aprendizado de certas habilidades, pois não quero ser injusto comigo e com meus pares.
3 - A dificuldade em iniciar o estudo da linguagem;
Então, há mais ou menos um ano, um camarada, que atua na área da programação me forneceu o insight de seguir meu sonho antigo, de atuar na área da programação. Então, e ele me sugeriu desenvolver as habilidades de Full Stack. Segui a orientação e o informei que entraria de corpo e alma neste novo projeto.
Mantive minhas convicções e aqui estou, participando da #communityweekchallenge que ofereceu, com os patrocinadores, a oportunidade de premiação para completar um desafio. Esta decisão está sendo ótima e empolgante e agora vou contar como me senti um expert nesta área.
Para eu conseguir aumentar minhas hard e soft skills, fui convidado por um amigo a fazer parte de uma comunidade de desenvolvedores e programadores, de todos os tipos. Pois segundo ele, isto me ajudaria a escolher e iniciar uma linguagem de programação e aprimorar meu conhecimento de lógica de programação.
Em meu ingresso no grupo, foi-me solicitado a ser socialmente ativo, nos canais de discussão. Então encarei, considerando para todos os efeitos que eu começaria do zero.
Apareceram tantas possibilidades, que me senti um iniciante pleno e perdido, sem saber qual caminho focar e seguir.
Alguém do grupo me disse: "tenha paciência e foco".
Pois o início era assim mesmo e que eu deveria pesquisar e avaliar qual a trilha certa.
Então, senti uma imensa dificuldade, em estar junto a tantos programadores experientes.
Por isso, eu caí no autoengano de me esquivar e ter medo de perguntar.
Assim, minha presença na comunidade ficou invisível.
Ainda assim, eu observei que muitas pessoas entram numa comunidade de desenvolvedores e programadores, de rede social, sem conhecimento sobre nenhuma linguagem de programação.
Então, minha vivência em ministrar aulas para diferentes tipos de especialistas e propensos doutores, me valeu de impulso e resolvi sair do autoengano e, como sugerido, tornei-me socialmente mais consciente, naquele espaço.
De que maneira? Auxiliando os iniciantes, no que quer que fosse, assim como eu, que estavam começando do zero.
Foi empolgante, inofensivo e benéfico para quem tinha até uma semana de experiência na comunidade.
Era como aprender a dar passes, tal qual, num jogo de futebol e chutar pro gol, com qualquer um que estivesse em campo, naquele momento.
Mas, …
sempre tem um "mas", ne?
Uma muralha, que me abalou, neste processo, e foi a expressão: "ter experiência" seguida da palavra senioridade... me abalou.
Mas, enfim o que me fez sentir um especialista?
Isto foi um processo, comecei a refletir sobre os influenciadores em programação e tecnologia que eu conhecia, que vivem e respiram programação e tecnologia da informação, e em seus seguidores, nas diferentes redes sociais que frequento.
Pensei naqueles que tem seguidores na casa dos milhões, naqueles com prêmios, certificados e livros.
Quanto mais eu digeria mentalmente... Uau, menos confiante eu me sentia sobre a minha "expertise" no assunto.
E se alguém me fizesse uma pergunta fora das linhas de sintaxe da minha experiência?
E se me perguntassem sobre uma estatística específica, um tipo de array, um comando tal, que eu não conhecesse ou não conseguisse montar a lógica?
A experiência que tive nesse contexto, foi quase uma conotação da ideia de que eu deveria ter invencibilidade, perfeição, sem erros.
Bobagem!
Vendo muitos peritos em programação se expressarem, e para alguns deles parece que não existe indecisão. Passa-se a impressão de que não se pode errar. Vi especialista no assunto dizer que dispensou programador experiente, porque em um código, foi esquecido o ponto e vírgula.
Como assim? Não era mais coerente corrigir e apenas adicionar o ponto e vírgula e chamar a atenção para tal?
Em minha modesta opinião, alguns especialistas são tais quais um "Thanos" ou "Gurus", muitos excelentes profissionais, são experientes, pós graduados, mas com rótulo na fronte, de um conhecimento autoritário.
4 - O porquê de que eu me considero um expert.
Mesmo assim, na comunidade em questão encontrei outros excelentes programadores, com mente aberta para com os novatos. E me deram a seguinte orientação: "continue, mostre teus conhecimentos, como o de ensinar aqueles que não sabem."
Então, ficou mais fácil. Pois, quanto mais eu auxiliava ensinando a partir do meu conhecimento e algumas vezes buscando a resposta para uma pergunta que eu não sabia, mais pessoas me viam como um especialista.
Em uma determinada rede social de informação, um artigo colocava, algo mais ou menos assim:
"Um especialista nada mais é do que alguém um pouco mais à sua frente"
Pensei: nossa, é isso mesmo.
Então, aos olhos dos mais novatos do que eu, em programação, naquele espaço social, eu senti, de alguma forma que me tornei um expert na área.
Em contrapartida, lancei para alguns novatos uma série de artigos e links sobre algoritmo e lógica de programação para começarem, e os estimulei a terem paciência e a aceitar o tempo das coisas, a não pularem estampas que os possam prejudicar no futuro, e que não criassem expectativas de aplauso dos outros, mas de si mesmo, por ter feito o que era necessário, que os capacitasse a alcançar seu objetivo.
Depois de conversar com outros programadores mais experientes, fiz escolhas desafiadoras, como terminar o bootcamp na Dio.me como um projeto pessoal, aplicando as lições de sucesso e fracasso que aprendi e também a melhorar, pela metodologia ágil, outras iniciativas.
Olhando, agora, para trás, estou feliz por ter escolhido este projeto, que depende de minha participação pessoal, e ao mesmo tempo do contato com todos vocês, Devs e Coders, que farão parte do meu sucesso.
Atualmente, nossa sociedade está diante de um boom de possibilidades. Nossa sociedade vive em um multiverso de cursos online, de vídeos no YouTube e em outras plataformas, como a da Dio.me, que podem permitir o acesso às pessoas interessadas, em aumentarem e tornarem suas habilidades específicas e/ou pessoais, em possibilidades tangíveis de forma rápida.
Hoje, uma pessoa pode aprender qualquer coisa, com um toque de um botão (escutei isto em algum lugar, há algum tempo).
E agora, uma habilidade aprendida torna uma pessoa qualificada a ensinar outros?
A prática para se alcançar o domínio em uma determinada área é de cerca de 10 mil horas (Malcolm Gladwell, escritor e jornalista), e isto é um fato, pois foi assim que fizeram os outliers, Bill Gates e Paul Allen, muito bem sucedidos, a alcançarem o sucesso, que perdura até hoje.
Então preciso ficar tantas horas a fio para conseguir a sonhada experiência?
Possivelmente sim, mas antes disso, talvez não seja a prática de alcançar o domínio em uma área que seja determinante, mas sim a percepção da expertise.
Há muitas pessoas, que não são especialistas, que não são doutores e que não tem outros títulos, mas em um determinado assunto conquistaram, alcançaram um feito sobre um tema, em um nicho específico.
Há também aqueles que consideram especialistas as pessoas não credenciadas profissionalmente.
Então, não é necessário eu ser preciso, invencível para ser acessível ou confiável. Não é há necessidade de um conhecimento autoritário, engessado para ter perspectivas únicas.
Pois, somente porque você e eu, ainda tenhamos muito o que aprender, não significa que não se possa ter plasticidade em usar a habilidade adquirida para ensinar.
Para um "stack" médio ou um Guru de mídia social na área da programação, TI, Cloud e outros, talvez eu não seja um especialista.
Entretanto, para alguém que nunca fez um único código, eu possa ser ou possa fazer eu me sentir um expert.
Então, podemos colocar tudo em perspectiva, como na perspectiva dos novatos na área, naquele ambiente que me credenciaram como especialista.
Obrigado a todos que leram até aqui.
A todos, muita sabedoria e lógica na programação, porque funciona.
André Luiz Barbosa.