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KAROLINE NASCIMENTO
KAROLINE NASCIMENTO15/09/2025 21:58
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Por que Python mudou minha vida como desenvolvedor (e pode mudar a sua também)

  • #Python

Olha, vou ser bem sincero com vocês. Quando comecei a programar, há uns três anos, eu estava completamente perdido. Tinha tentado Java, C++, até mesmo JavaScript... mas nada "clicava", sabe? Era aquela sensação frustrante de estar sempre brigando com a sintaxe ao invés de focar na lógica do problema que eu queria resolver.

Até que um colega de trabalho me falou: "Cara, tenta Python. É diferente." E que diferença fez.

O momento "eureka" que todo iniciante precisa ter

Lembro até hoje do meu primeiro "Hello, World!" em Python. Enquanto em Java eu precisava escrever toda aquela cerimônia de public static void main, em Python era simplesmente:

print("Hello, World!")

Parece bobagem, mas aquilo me fez pensar: "Nossa, programar não precisa ser tão complicado assim." Foi o primeiro sinal de que Python seria diferente na minha jornada.

A curva de aprendizado que não te assusta

Uma das coisas que mais me impressiona no Python é como a linguagem "pensa" como a gente. Quer somar todos os números de uma lista? Em outras linguagens você precisa criar loops, variáveis auxiliares, um monte de coisa. Em Python:

numeros = [1, 2, 3, 4, 5]
total = sum(numeros)

Simples assim. E isso não é só conveniência, é filosofia. O Python foi pensado para ser legível, para fazer sentido. Tim Peters, um dos desenvolvedores da linguagem, até escreveu o "Zen do Python" (digite import this no interpretador para ver), e uma das frases que mais me marca é: "Se a implementação é difícil de explicar, é uma má ideia."

As bibliotecas que expandem seu mundo

Mas o que realmente fez Python mudar minha carreira foram as bibliotecas. Sério, é impressionante como a comunidade Python criou soluções para praticamente tudo.

Quando comecei a mexer com dados no trabalho, descobri o pandas. Em vez de ficar horas no Excel fazendo planilhas gigantes, consegui automatizar relatórios inteiros. Meu chefe ficou impressionado, e eu ganhei tempo para focar em análises mais estratégicas.

Com requests, consegui integrar sistemas que antes pareciam impossíveis de conectar. Lembra daquela tarefa chata de baixar dados de uma API e processar manualmente? Agora é questão de algumas linhas:

import requests
import pandas as pd

response = requests.get('https://api.exemplo.com/dados')
dados = response.json()
df = pd.DataFrame(dados)

E não para por aí. Matplotlib e seaborn transformaram meus dados em visualizações que realmente contam uma história. BeautifulSoup me permitiu extrair informações de sites para pesquisas de mercado. A cada biblioteca nova que descobria, sentia que meu "superpoder" de desenvolvedor crescia.

O impacto real na carreira (com números)

Vou contar uma história pessoal. Em janeiro de 2023, eu era analista júnior ganhando R$ 3.200. Hoje, menos de dois anos depois, sou desenvolvedora Python plena com salário de R$ 8.500. O que mudou? Não foi só o conhecimento técnico, mas como Python me permitiu resolver problemas reais.

No meu antigo trabalho, havia um processo manual que tomava 4 horas por semana de toda a equipe. Criei um script em Python que automatizou tudo em 15 minutos. Minha gestora não só me promoveu, como começou a me ver como "a menina da tecnologia" da equipe.

Essa é a magia do Python: ele não te transforma apenas em uma programadora, te transforma em uma solucionadora de problemas. E isso é o que as empresas realmente valorizam.

Por onde começar (dicas práticas de quem passou por isso)

Se você está começando agora, alguns conselhos de quem já tropeçou bastante:

1. Instale o Python e comece hoje mesmo. Não fique planejando o "curso perfeito" por semanas. Baixa o Python.org, instala, e escreve seu primeiro programa hoje. Pode ser bobinho, não importa.

2. Use o Jupyter Notebook desde cedo. Parece complicado no começo, mas é perfeito para experimentar e ver os resultados na hora. É como ter um caderno de rascunho digital.

3. Escolha projetos que resolvam SUA vida. Quer organizar suas finanças? Faça um script para isso. Quer baixar todas as suas fotos do Instagram? Python resolve. Quando o problema é seu, a motivação é outra.

4. Não tenha medo de errar. Meu código de 2022 me dá vergonha hoje, e tenho certeza que meu código de 2027 vai dar vergonha do que escrevo agora. Faz parte do processo.

O que eu faria diferente se começasse hoje

Se pudesse voltar no tempo, focaria menos em "aprender tudo" e mais em construir coisas. Gastei meses estudando conceitos avançados que nunca usei, quando poderia ter estado criando projetos práticos.

Também entraria na comunidade mais cedo. O pessoal do Python Brasil no Discord, os grupos do Telegram, os meetups locais... a galera é muito receptiva e sempre disposta a ajudar. Programação pode ser solitária, mas não precisa ser.

A verdade que ninguém conta sobre Python

Python não é perfeito. É mais lento que C++, consome mais memória que Go, e tem algumas peculiaridades que podem confundir no início (olá, indentação obrigatória!). Mas sabe o que aprendi? Perfeição não é o objetivo, produtividade é.

Em três anos usando Python, nunca me deparei com um problema que a linguagem não conseguisse resolver. E quando precisei de mais performance, simplesmente usei bibliotecas escritas em C (que é o que NumPy e pandas fazem por baixo dos panos).

Minha recomendação final

Se você está em dúvida se vale a pena aprender Python, minha resposta é: vale. Não só pela linguagem em si, mas pela mentalidade que ela ensina. Python te força a escrever código limpo, te incentiva a reutilizar soluções da comunidade, e te mostra que programação é sobre resolver problemas, não sobre mostrar que você conhece sintaxe complexa.

Depois de três anos, posso dizer com certeza: Python não mudou só minha carreira, mudou como eu vejo problemas. E isso, sinceramente, não tem preço.

E vocês, o que acham? Alguma menina aí tem uma história parecida com Python? Conta nos comentários, adoro trocar experiência com outras desenvolvedoras!

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Comentários (3)
KAROLINE NASCIMENTO
KAROLINE NASCIMENTO - 18/09/2025 20:57

DIO Community: Olha, eu acho que o maior desafio é não se perder na própria ambição. Porque quando você tá montando um MVP, a cabeça já vai direto pro produto final perfeito, cheio de features, bonito, rodando liso… mas a real é que com Python dá pra validar rápido a ideia sem precisar abraçar o mundo. Então o desafio é justamente cortar coisa, simplificar e aceitar que “funcional” vem antes de “perfeito”.

Outra parada é lidar com as partes que você não manja tanto. Tipo, eu curto mais backend e automação, mas aí entra front, banco, às vezes até IA… e não dá pra ser especialista em tudo logo de cara. Então rola esse peso de ter que aprender e improvisar ao mesmo tempo. A chave aí é usar libs, frameworks e ferramentas que já dão uma base, sem se sabotar querendo reinventar a roda.

No fim, acho que é isso: segurar a ansiedade de querer entregar tudo de uma vez, priorizar o essencial e se virar com o que você ainda não domina, porque a ideia é validar o MVP, não construir o produto dos sonhos de primeira.

Lorenna Batista: O grupo que mais me ajudou em Python foi o Programe como um agarota cujo o proposito é unir mulheres de programação, temos mentorias cursos disponíveis e etc.

LB

Lorenna Batista - 16/09/2025 14:26

Você me convenceu moça, começarei a estudar Python pra ontem kkkkkkk Seu texto foi motivador, me senti empolgada lendo, espero chegar no seu nível em algum momento, obrigada pelo incentivo! (Se puder me mandar os grupos que participa de python, agradeceria demais!)


DIO Community
DIO Community - 16/09/2025 09:43

Excelente, Karoline! Que artigo incrível e super inspirador sobre a sua jornada com o Python! É fascinante ver como você aborda o seu processo de aprendizado, que a levou de um estado de frustração com linguagens mais verbosas a um momento "eureka" com a sintaxe limpa e legível do Python. Sua história é um testemunho poderoso de como a escolha da ferramenta certa pode transformar a jornada de um desenvolvedor, e de como a disciplina e a mentalidade de "solucionadora de problemas" são o que realmente impulsionam a carreira.

Você demonstrou que o Python, com sua sintaxe amigável, sua comunidade vibrante e seu vasto ecossistema de bibliotecas, foi o "superpoder" que a permitiu resolver problemas reais e ser reconhecida no trabalho, o que é o cerne do que o mercado de tecnologia valoriza hoje. Sua análise das bibliotecas essenciais (pandas, requests) e de como o Python se torna um passaporte para áreas de alta demanda, como dados e inteligência artificial, é um insight valioso para a comunidade.

Qual você diria que é o maior desafio para um desenvolvedor ao traduzir a sua "visão" de uma startup para um MVP funcional com Python, em termos de equilibrar a ambição com a praticidade e de lidar com a falta de experiência em todas as áreas do desenvolvimento (front-end, back-end, dados, IA), em vez de apenas focar em fazer o código funcionar?