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Jeferson Gomes
Jeferson Gomes23/11/2025 12:38
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Low Code em Ação: Agilidade e Transformação na Manutenção Industrial

    Durante muito tempo, eu fui cético em relação a Low Code. Sempre acreditei que o caminho profissional e confiável era o desenvolvimento tradicional, com código escrito do zero. Para mim, low code soava como “atalho”, algo limitado e pouco sério.

    Essa visão começou a mudar quando comecei a estudar pela DIO (Digital Innovation One).

    Foi nesse momento que entendi o potencial real dessas ferramentas: velocidade de entrega, automação de processos e foco na solução do problema — não apenas na tecnologia.

    Essa mudança de mentalidade se tornou ainda mais clara na última empresa onde trabalhei. Lá, levamos 30 dias para construir uma simples planilha de gestão da manutenção. Trinta dias para algo que hoje, com a abordagem certa, poderia ser entregue em dias — talvez horas.

    Dessa frustração nasceu uma ideia prática:

    E se a gestão da manutenção fosse simples, conversacional e sem burocracia?

    📌 Antes x Depois

    Abaixo está um exemplo de como eu fazia o controle da manutenção antes de conhecer soluções em low-code e automação.

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    📌 A virada de chave com Low-Code e automação

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    O nascimento do SGMI

    Foi assim que nasceu o SGMI – Sistema de Gestão de Manutenção Industrial.

    O SGMI foi criado com um objetivo claro: eliminar planilhas, formulários complexos e sistemas engessados. Em vez disso, o sistema é baseado em linguagem natural, onde o usuário conversa com um Agente de Manutenção por chat e o sistema executa as operações.

    A ideia central é simples:

    Menos cliques. Menos resistência. Mais ação.

    ⚠️ Alerta Importante – Uso de Dados Sensíveis com IA

    Ao utilizar ferramentas de Inteligência Artificial e plataformas de low code/no code, é fundamental ter cuidado com dados sensíveis.

    Nunca insira nessas ferramentas:

    • Dados reais de clientes
    • Informações confidenciais da empresa
    • CPFs, CNPJs, senhas ou dados bancários
    • Estratégias internas ou dados sigilosos

    Utilize sempre dados fictícios ou anonimizados durante o desenvolvimento e testes.

    A IA deve aumentar a produtividade — não colocar a segurança em risco.

    O problema real nas indústrias

    As pequenas e médias indústrias enfrentam problemas recorrentes:

    • Excesso de entrada manual de dados
    • Sistemas difíceis de usar
    • Falta de controle de peças e sobressalentes
    • Pouca visibilidade dos custos de manutenção
    • Baixa adesão ao uso de indicadores

    O resultado é simples: decisões reativas, manutenção corretiva dominante e desperdício de tempo.

    A solução proposta pelo SGMI

    O SGMI foi estruturado como um produto chat-first, com funcionamento baseado em conversa.

    Através do chat, é possível:

    ✅ Cadastrar máquinas e equipamentos

    ✅ Planejar manutenção preventiva

    ✅ Registrar paradas corretivas

    ✅ Criar Ordens de Serviço automaticamente

    ✅ Controlar estoque de peças

    ✅ Gerar relatórios simples e claros

    Tudo sem planilhas.

    Tudo sem formulários longos.

    Funcionalidades principais do SGMI

    Cadastro inteligente

    • Cadastro de ativos via chat
    • Identificação automática do tipo de manutenção (preventiva ou corretiva)

    Plano anual de manutenção

    • Visão clara de 52 semanas
    • Sugestões automáticas de manutenção preventiva

    Ordens de Serviço automáticas

    Cada OS contém:

    • Equipamento
    • Tipo de serviço
    • Data/hora de início e fim
    • Tempo total
    • Pessoas alocadas
    • HH e custos

    Dashboard de gestão

    Indicadores como:

    • MTBF
    • Disponibilidade
    • Custos de manutenção
    • Falhas por ativo

    Gestão de estoque integrada

    • Cadastro de peças via chat
    • Controle de entrada/saída
    • Alertas de estoque mínimo
    • Relatórios de consumo

    MVP: foco em resolver o básico bem feito

    O MVP do SGMI foi pensado para ser funcional desde o primeiro dia:

    • Chat com NLP
    • Alertas automáticos
    • Relatórios simples
    • Cadastro de peças
    • Simulação de backend local

    O foco foi sempre: resolver o problema real antes de escalar a solução.

    Arquitetura técnica

    Requisitos funcionais

    • Cadastro de ativos via chat
    • Classificação automática de manutenções
    • Alertas de orçamento
    • Dashboard com indicadores
    • Histórico por equipamento
    • Gestão de peças e estoque

    Requisitos não funcionais

    • Interface conversacional simples e rápida
    • Respostas em menos de 2 segundos
    • Segurança e controle de acesso
    • Estrutura escalável
    • Integração com sistemas existentes

    Resultados iniciais

    Mesmo em fase de testes, os resultados já foram claros:

    • Redução no tempo de registros manuais
    • Mais controle de custos
    • Menos falhas por falta de peças
    • Maior engajamento dos usuários graças à interface conversacional

    Roadmap do projeto

    Evolução planejada:

    Fase 1: Chat e relatórios básicos

    Fase 2: Dashboard completo

    Fase 3: Plano anual + OS automáticas

    Fase 4: Integrações externas

    Fase 5: Predição de falhas

    Considerações finais

    O SGMI não nasceu só como um sistema.

    Ele nasceu como uma mudança de mentalidade.

    Antes, eu acreditava que tecnologia boa era só a difícil de construir.

    Hoje, acredito que tecnologia boa é a que resolve problemas reais, rápido e com clareza.

    Low code deixou de ser atalho.

    Virou estratégia.

    Projeto

    O agente de manutenção foi desenvolvido utilizando o Google AI Studio.

    Link do projeto:

    https://ai.studio/apps/drive/1FJHEwti3KUdiidfPpXZ0k4G6M7jE8dwt

    Link do GitHub:

    https://github.com/JefersonManso/Sistema-de-Gestao-da-Manutencao

    Link do Linkdin:

    www.linkedin.com/in/jeferson-gomes

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    Comentários (2)
    Jeferson Gomes
    Jeferson Gomes - 24/11/2025 19:17

    “Não sou especialista profundo nesse assunto, mas com base em uma pesquisa técnica que fiz sobre o tema, posso te explicar o cenário.

    Core banking é o sistema transacional central que mantém livros-razão, estados de conta, processamento em tempo real de débitos, créditos, liquidações e reconciliações. Já cloud-native é uma abordagem onde a aplicação é projetada desde o início para nuvem, usando microservices, contêineres, orquestração com Kubernetes, infraestrutura como código e automação via CI/CD.

    O maior desafio ao migrar um core banking para uma arquitetura cloud-native não está no custo, mas em garantir consistência forte e conformidade regulatória em um ambiente distribuído. Em ambientes legados, normalmente se trabalha com um modelo fortemente ACID. Ao migrar para microservices, é necessário manter a integridade das transações usando padrões como Saga, idempotência de operações, compensação transacional e mecanismos de deduplicação de eventos.

    Do ponto de vista de segurança, o foco está em segmentação de rede usando VPCs dedicadas, subnets privadas, private endpoints e comunicação segura entre serviços com mTLS. Além disso, é essencial ter criptografia em trânsito e em repouso, com gestão de chaves centralizada via KMS e integração com HSMs certificados, além de políticas rígidas de IAM com RBAC e ABAC.

    Em termos de conformidade, a maior dificuldade é transformar exigências de órgãos reguladores em controles técnicos automatizados, como logging imutável, trilhas de auditoria à prova de adulteração, retenção de dados e geração automática de evidências para auditorias. Também é necessário garantir controle da cadeia de suprimentos de software, com SBOM, verificação de dependências e assinatura de imagens de contêiner.

    De forma prática, a migração segura passa por classificação de dados sensíveis, definição clara do modelo de responsabilidade compartilhada com o provedor de nuvem, automação de compliance via policy-as-code e testes contínuos de resiliência, recuperação e continuidade de negócio.”

    DIO Community
    DIO Community - 24/11/2025 11:18

    Excelente, Jeferson! Que artigo épico, inspirador e de altíssimo valor de negócio! Você tocou no ponto crucial da Manutenção Industrial: o SGMI (Sistema de Gestão de Manutenção Industrial) é a prova viva de que o Low-Code é uma estratégia madura para transformar processos engessados em soluções conversacionais e ágeis.

    É fascinante ver como você aborda o tema, mostrando que a frustração de levar 30 dias para fazer uma planilha o levou a criar um produto chat-first com IA Generativa.

    Qual você diria que é o maior desafio para um desenvolvedor ao migrar um sistema de core banking para uma arquitetura cloud-native, em termos de segurança e de conformidade com as regulamentações, em vez de apenas focar em custos?