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Robson Batista
Robson Batista03/11/2025 20:15
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IA Generativa: o que é um LLM e como funciona (sem enrolação)

    A revolução da IA que entende e cria

    Nos últimos anos, a Inteligência Artificial Generativa virou o assunto favorito de todo mundo que respira tecnologia.

    Modelos como o GPT-5, Claude, Gemini e Mistral já escrevem textos, resolvem códigos, resumem relatórios e até criam piadas melhores que muito humano.

    Mas, antes de mergulhar de cabeça nessa onda, vale a pergunta: você realmente entende o que é um LLM e como ele funciona?

    A verdade é que muita gente trata esses modelos como uma “caixa preta mágica”. Isso é perigoso — tanto para quem desenvolve soluções, quanto para quem toma decisões baseadas nelas.

    Hoje, a ideia é desmistificar o LLM de forma clara, humana e prática. Vamos entender o que acontece por trás do “gerar texto”, quais são os trade-offs reais (custo, latência, privacidade) e como usar essas ferramentas de forma inteligente.

    O que é um LLM (Large Language Model)

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    De forma simples, um LLM é uma IA treinada em uma quantidade absurda de textos — livros, artigos, sites, código-fonte — para entender e gerar linguagem humana.

    Pense nele como um cérebro digital que aprendeu a prever qual seria a próxima palavra em qualquer frase possível.

    Só que esse “cérebro” tem bilhões de conexões neurais e já leu mais do que qualquer pessoa conseguiria ler em mil vidas.

    Definição rápida:
    LLMs são modelos baseados em transformers — uma arquitetura que usa o mecanismo de self-attention para entender como cada palavra se relaciona com as outras no contexto.

    Referências:

    Como um LLM realmente funciona

    Se a gente “abrisse” um LLM e olhasse o que acontece lá dentro, veria algo como isso:

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    Vamos traduzir:

    1. Tokenização

    O texto é quebrado em pequenos pedaços (tokens).

    Ex: “IA é incrível” → ["IA", "é", "incrível"]

    2. Embeddings

    Cada token é transformado em um vetor numérico (representação matemática do significado).

    3. Atenção (Attention Mechanism)

    O modelo “olha” para todas as palavras ao mesmo tempo e decide quais são mais relevantes para entender o contexto.

    4. Previsão

    Ele calcula qual é o token mais provável para vir em seguida.

    5. Repetição infinita

    Repete isso várias vezes, gerando frase por frase até terminar a resposta.

    Esse processo é chamado de inference — é o que acontece toda vez que você manda um prompt pro ChatGPT ou outro modelo.

    Trade-offs e realidades de bastidor

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    Nem tudo são flores. Cada LLM tem seus custos, limites e riscos.

    Veja o que normalmente está em jogo:

    • Custo
    • Rodar um LLM — especialmente os grandes — consome muita GPU.
    • Mesmo via API, cada token tem um custo. Modelos open source (como Llama 3 ou Mistral 7B) reduzem despesas, mas exigem infraestrutura própria.
    • 📚 Leitura recomendada: FrugalGPT – Reduzindo custo sem perder performance
    • Latência
    • Quanto maior o prompt e o contexto, mais tempo o modelo leva para responder.
    • A latência é o preço da inteligência: mais contexto, mais poder de processamento.
    • Privacidade
    • Enviar dados sensíveis para modelos hospedados na nuvem pode ser um risco.
    • Por isso, empresas estão apostando em LLMs privados ou híbridos, que rodam internamente.
    • Precisão e confiabilidade
    • Nem tudo que o modelo “fala” é verdade.
    • Esses deslizes são as famosas alucinações — respostas inventadas que soam corretas.

    Mão na massa – Como usar um LLM (na prática!)

    Vamos ver o LLM funcionando na vida real, sem complicação.

    1️⃣ Defina o objetivo

    Quer gerar texto, traduzir, resumir ou responder perguntas?

    Isso muda completamente o tipo de prompt e o modelo ideal.

    2️⃣ Escolha o modelo

    • GPT-4 / GPT-5 → ótimo para generalistas, multimodais e agentes.
    • Claude 3 → forte em raciocínio e leitura de PDFs.
    • Mistral 7B → ideal para quem quer rodar localmente.
    • Llama 3 → bom equilíbrio entre custo e desempenho.

    3️⃣ Crie o prompt certo

    Prompt é o “briefing” que você dá pra IA.

    Um prompt ruim é como mandar um estagiário fazer algo sem contexto. 😅

    Exemplo de prompt ruim:

    “Resuma esse texto.”
    

    Exemplo de prompt bom:

    “Você é um editor especializado. Resuma o texto abaixo em até 100 palavras, mantendo os principais dados numéricos e conclusões.”
    

    Engenharia de Prompt: o tempero secreto

    A engenharia de prompt é a arte de conversar com a IA de forma estratégica.

    Você não precisa de sorte, e sim de método.

    Aqui vão os estilos de prompt que realmente funcionam:

    1. Chain of Thought (CoT)

    Peça para o modelo “pensar alto”.

    Explique passo a passo seu raciocínio antes de responder.
    Pergunta: Quantas horas há em 3 dias?
    

    2. ReAct (Reason + Act)

    Combine raciocínio com ações (ex: buscar dados, decidir e executar).

    Esse padrão é usado em agentes autônomos.

    3. Few-Shot Prompting

    Dê exemplos de entrada/saída para o modelo aprender o formato desejado.

    Entrada: “Oi!” → Saída: “Olá! Como posso ajudar?”
    Entrada: “Bom dia” → Saída: “Bom dia! Tudo bem por aí?”
    

    4. Instruções de restrição

    Diga o que ele não deve fazer:

    “Se não souber a resposta, diga ‘não sei’.”
    

    Essas técnicas reduzem erros e aumentam a precisão.

    Como medir se o LLM está mandando bem

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    Para não depender só da “intuição”, meça desempenho:

    • Latência: quanto tempo leva pra responder.
    • Acurácia: se a resposta realmente está correta.
    • Coerência: se mantém o contexto.
    • Custo por uso: tokens de entrada + saída.
    • Taxa de alucinação: quantas respostas incorretas surgem.

    Dica: registre métricas em planilhas ou dashboards (ex: LangSmith, PromptLayer, Weights & Biases).

    Quando usar (ou não usar) um LLM genérico

    ✅ Use LLMs para:

    • Chatbots, assistentes internos, resumos, geração de conteúdo, ideação de produtos.
    • Tarefas criativas, automação de atendimento, suporte técnico.

    🚫 Evite LLMs puros quando:

    • Lida com dados ultra-sensíveis (jurídico, médico, financeiro).
    • Precisa de precisão de 100%.
    • O custo de erro é alto.

    Nesses casos, combine o modelo com RAG (Retrieval-Augmented Generation) ou fine-tuning específico.

    O futuro dos LLMs

    O próximo passo da IA generativa está na especialização e integração.

    Modelos menores, rápidos e especializados vão dominar, conectados a bases de dados via RAG.

    Além disso, o foco agora é avaliar IAs com critérios éticos, sustentáveis e interpretáveis.

    Algumas tendências quentes pra ficar de olho:

    • LLMs multimodais: texto + imagem + áudio.
    • LLMs locais (on-device): privacidade e zero latência.
    • Fine-tuning com dados sintéticos: treinar modelos sem violar direitos autorais.
    • Avaliação automática de prompts: medir qualidade em tempo real.

    Fonte:

    Conclusão – O poder está no entendimento

    A IA generativa é incrível, mas só entrega valor real quando você entende como e por que ela funciona.

    O LLM é o motor — mas quem dirige é você.

    Entender as engrenagens (tokenização, embeddings, atenção, prompts) é o primeiro passo pra criar soluções mais seguras, criativas e acessíveis.

    E o melhor: com as ferramentas certas, qualquer pessoa curiosa pode começar agora.

    Bora praticar?

    • 1️⃣ Pegue um LLM (ChatGPT, Claude, Llama 3, Mistral).
    • 2️⃣ Crie dois prompts diferentes para a mesma tarefa.
    • 3️⃣ Compare as respostas — tempo, qualidade, custo.

    Poste seu resultado e marque a hashtag #PromptChallenge

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