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Fabio
Fabio29/06/2025 15:33
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Hoje tenho 41: Reinventando Minha Carreira em Tech

    Imagine o Cristiano Ronaldo de hoje, com toda a sua experiência e disciplina, mas com o vigor físico de um jovem de 20 anos. Seria, sem dúvida, uma força imparável.

    No mundo dos esportes, a idade marca o fim da carreira atlética, pois o corpo já não consegue competir com a mesma intensidade. No entanto, a mente desses atletas permanece afiada, e muitos se tornam treinadores, compartilhando sua vasta experiência. Em outras profissões, onde a competição física não é um fator, a experiência, a vontade de vencer e a resiliência são o verdadeiro diferencial.

    Sempre digo ao meu filho, de 15 anos: "Ah, se eu tivesse a cabeça que tenho hoje na sua idade, eu iria longe!" Isso se traduz em uma questão de longevidade e impacto.

    Aos 41 anos, sou extremamente focado em meus estudos e responsabilidades. Tenho plena consciência de que a mudança que desejo depende unicamente de mim. Para alcançar meus objetivos, criei uma rotina. Acordo, checo rapidamente as redes sociais (principalmente o LinkedIn), tomo café, me arrumo para a academia (considero essencial para a clareza mental), levo minha esposa ao trabalho e malho com meu filho. Após o treino, preparo o ambiente de estudo, elimino distrações e começo as aulas com um café expresso para turbinar o cérebro. Por volta das 15h40, faço uma pausa (às vezes lembro de almoçar!), busco minha esposa no trabalho e continuo estudando até a exaustão mental ou até ela me lembrar de sua existência.

    Toda a motivação e foco que possuo hoje vêm da maturidade: você pode ter muitos amigos e colegas, mas nos momentos difíceis, é você, sua família e Deus no comando. Preciso ser o agente de mudança na minha vida, no meu ambiente. Com a ajuda divina, preciso me fazer ser visto e lembrado.

    Eu aos 41 anos, sou uma versão aprimorada do meu "eu" jovem. Tomo como exemplo grandes mentes como Einstein e Stephen Hawking (este último, em particular, por nunca se limitar à sua deficiência), que, como bons vinhos, quanto mais "vintage", melhores se tornavam.

    No mercado de trabalho atual, vejo uma grande hipocrisia. Gestores reclamam da geração "nem-nem" – que nem estuda nem trabalha, são mimados, desacostumados a receber ordens e cumprir rotinas – mas, ao mesmo tempo, têm dificuldade em dar oportunidade aos profissionais mais experientes. Como um bom vinho, o "vintage" é melhor.

    Brinco com meus amigos que sou o "Cristiano Ronaldo" do mundo profissional: tenho a experiência e a dedicação aos meus objetivos, mas não preciso competir fisicamente. O que me impede de ser o melhor de todos os tempos em minha área?

    Uma característica marcante nas pessoas acima dos quarenta é a resiliência e a vontade de trabalhar, de provar que podem ser os melhores, se apenas alguém além delas próprias acreditar.

    Atualmente, nos meus estudos de Python pelo Boot Camp da DIO com Santander, vejo uma oportunidade de me reinventar e mudar de área, após anos trabalhando com infraestrutura e suporte em diversas empresas. A linguagem Python é um verdadeiro "canivete suíço". Minha experiência em instituições financeiras me mostrou sua perfeição em conjunto com ferramentas como Excel e Power BI. Agora, percebo seu vasto potencial em áreas como Machine Learning e Ciência de Dados, o que me impulsionou a buscar mais conhecimento. Nesse processo de reinvenção, iniciarei uma Pós-Graduação em IA, Machine Learning e Deep Learning, pois acredito que podemos aprimorar significativamente as ferramentas de tomada de decisão usando IA, inclusive para recrutamento.

    Gestores e recrutadores hoje precisam de dados, mas já processados. Vejo decisões equivocadas sendo tomadas pela falta de informação correta, o que me remete a uma postagem no LinkedIn: "Um leão não sabe voar, a águia não sabe nadar e o tubarão não sabe andar, mas no ambiente certo, eles dominam!" Imagine Einstein jogando futebol ou Cristiano Ronaldo criando a teoria da relatividade. No mundo do futebol, seria como um gestor que percebe que um atacante tem mais perfil de defesa, e vice-versa. Muitas vezes, já temos talentos na própria empresa; falta apenas um incentivo ou um gestor com as ferramentas certas. Em um processo seletivo, ou numa "peneira" no futebol, ao chamar um jogador com mais experiência, o gestor sabe que ele pode não correr como os mais jovens, mas um toque na bola pode definir o jogo.

    Pensando assim, por que um profissional com mais de 40 anos não pode ser um júnior em uma empresa? Uma certeza tenho: os profissionais com mais de 30, 40 ou 50 anos se tornarão seniores muito mais rapidamente, pelo simples fato de já estarem acostumados a dias difíceis, então em um mundo de feras, não jogue as presas, mas sim os domadores.

    Finalizando, como sempre digo: "Se me colocam em uma tempestade, procuro logo minha prancha para surfar; se vejo um leão na minha frente, já aparo a juba dele." Assim, eu, aos 41 anos, sou como os israelitas no deserto: na casa dos 40, só quero ver a terra prometida.

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