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Luan Araujo21/07/2025 17:24
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HABILIDADES ESSENCIAIS PARA UMA CARREIRA EM ANÁLISE DE DADOS

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1 INTRODUÇÃO

A análise de dados se consolidou como uma competência central em organizações que buscam decisões assertivas e competitividade em mercados cada vez mais orientados por informações. Segundo Provost e Fawcett (2013), a transformação de dados brutos em conhecimento estratégico é a essência do trabalho do cientista e do analista de dados, exigindo um conjunto de habilidades técnicas e comportamentais que vão além do domínio de ferramentas computacionais.

Assim, este artigo tem por objetivo apresentar e discutir as principais habilidades que compõem o perfil de um profissional de análise de dados, destacando competências técnicas, estatísticas, de visualização e soft skills indispensáveis para a atuação na área.

2 CONTEXTO E RELEVÂNCIA DA ANÁLISE DE DADOS

O volume de dados gerado globalmente dobra a cada dois anos, conforme aponta o relatório da International Data Corporation (IDC Brasil, 2023). Tal cenário amplia a demanda por profissionais capazes de coletar, processar, analisar e interpretar grandes volumes de dados (BIG DATA), transformando-os em insights estratégicos que orientem tomadas de decisão em tempo real.

De acordo com McKinney (2017), a análise de dados não se restringe a setores específicos, mas se tornou transversal a diversas áreas, como negócios, saúde, finanças e políticas públicas. Dessa forma, as habilidades exigidas combinam conhecimento técnico, domínio estatístico e capacidade analítica.

3 HABILIDADES TÉCNICAS FUNDAMENTAIS

Para melhor compreensão, a Figura 1 apresenta um pipeline simplificado de análise de dados, desde a coleta até a visualização.

Figura 1 – Pipeline de Dados.

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3.1 Domínio de Linguagens de Programação

O domínio de linguagens como Python é considerado essencial para analistas de dados. McKinney (2017) destaca o Python como linguagem preferencial na comunidade de ciência de dados devido à sua sintaxe acessível e à robustez de bibliotecas como Pandas, NumPy e Scikit-learn. Segundo Provost e Fawcett (2013), o conhecimento de SQL também é indispensável para manipulação de grandes volumes de dados estruturados.

A utilização de linguagens de programação permite automatizar processos repetitivos, como a limpeza de bases de dados, e desenvolver pipelines de dados mais eficientes.

3.2 Estatística e Probabilidade

A estatística constitui a base metodológica da análise de dados. Para Siegel (2016), conceitos estatísticos como distribuição normal, testes de hipótese e regressão linear são instrumentos indispensáveis para validar inferências. A aplicação da estatística possibilita extrair significados de amostras, inferir padrões e estimar relações de causa e efeito.

3.3 Visualização de Dados

A visualização é o meio pelo qual os resultados de uma análise são comunicados de forma clara e acessível. Segundo Few (2009), a visualização de dados deve facilitar o entendimento, transformando informações complexas em representações visuais intuitivas. Ferramentas como Power BI e Tableau são amplamente utilizadas, além de bibliotecas como Matplotlib e Seaborn em Python.

3.4 Manipulação de Bancos de Dados

Ainda no âmbito técnico, o domínio de bancos de dados relacionais (MySQL, PostgreSQL) e não relacionais (NoSQL) amplia a capacidade de lidar com diferentes formatos de dados. Provost e Fawcett (2013) observam que a integração de múltiplas fontes de dados é uma habilidade estratégica para projetos de Big Data.

Conforme demonstrado na Figura 1, o pipeline de dados inicia-se pela coleta e armazenamento em bancos de dados, os quais sustentam as etapas posteriores de processamento, análise e visualização (Figura 1).

Figura 2 – Pipeline de Dados.

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4 HABILIDADES COMPORTAMENTAIS (SOFT SKILLS)

4.1 Pensamento Crítico

O pensamento crítico envolve a habilidade de questionar dados e resultados, avaliando a coerência de hipóteses e detectando possíveis vieses. Siegel (2016) destaca que, em contextos corporativos, a interpretação ingênua dos dados pode gerar decisões equivocadas.

4.2 Comunicação Clara

Para Provost e Fawcett (2013), comunicar insights técnicos de forma didática é uma das maiores dificuldades enfrentadas por analistas iniciantes. A comunicação eficaz traduz análises estatísticas para públicos diversos, tornando a informação compreensível para stakeholders não técnicos.

4.3 Organização e Gestão de Tempo

A estruturação de projetos de dados exige planejamento detalhado. McKinney (2017) recomenda dividir grandes tarefas em entregas parciais, facilitando ajustes e revisões.

5 CAMINHOS PARA O DESENVOLVIMENTO

A construção de competências em análise de dados demanda educação continuada. Siegel (2016) enfatiza a importância de participar de comunidades de prática, hackathons e competições, como a própria Competição de Artigos da DIO. Além disso, a realização de projetos pessoais e a construção de portfólios em plataformas como GitHub são estratégias recomendadas para demonstrar experiência prática.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em síntese, a carreira em análise de dados exige a integração de habilidades técnicas, programação, estatística, visualização e bancos de dados, com competências comportamentais, como pensamento crítico, comunicação e organização. O profissional que combina esses elementos se destaca em um mercado que valoriza cada vez mais a cultura data-driven.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022:2018 — Informação e documentação — Artigo em publicação periódica científica impressa — Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520:2023 — Informação e documentação — Citações em documentos — Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2023.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023:2018 — Informação e documentação — Referências — Elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.

FEW, Stephen. Now You See It: Simple Visualization Techniques for Quantitative Analysis. Oakland: Analytics Press, 2009.

IDC BRASIL. Relatório de Tendências de Dados 2023. São Paulo: IDC Brasil, 2023.

MCKINNEY, Wes. Python para Análise de Dados. 2. ed. São Paulo: Novatec, 2017.

PROVOST, Foster; FAWCETT, Tom. Data Science for Business: What You Need to Know about Data Mining and Data-Analytic Thinking. 1. ed. Sebastopol: O'Reilly Media, 2013.

SIEGEL, Eric. Predictive Analytics: The Future of. Hoboken: Wiley, 2016.

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