Como transformei um projeto acadêmico em uma ferramenta real de gestão fiscal - case do App do Leão
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1. Introdução
Durante meu curso de desenvolvimento, recebi um projeto simples de apoio à declaração de imposto de renda. Mas eu vi ali uma oportunidade de ir além. Neste artigo, compartilho como reformulei e expandi esse projeto, criando o App do Leão — uma ferramenta funcional, visual e inteligente para gestão fiscal pessoal.
2. O Projeto Original
O projeto inicial foi desenvolvido como parte de um curso de programação voltado para aplicações web com foco em organização fiscal. A proposta era criar um sistema simples que permitisse ao usuário preencher seus dados pessoais e registrar algumas informações financeiras básicas, como rendimentos bancários.
Embora funcional como exercício acadêmico, o projeto apresentava diversas limitações:
- Estrutura engessada: A página de notas, por exemplo, não diferenciava entradas e saídas, nem permitia cálculos automáticos como INSS, IR retido ou valor líquido.
- Ausência de controle fiscal real: Não havia espaço para deduções, nem campos que refletissem a realidade de uma declaração de imposto de renda.
- Falta de visualização: O sistema não oferecia gráficos ou resumos que ajudassem o usuário a entender seus dados de forma visual.
Essas limitações me motivaram a ir além. Eu queria transformar aquele esqueleto funcional em uma ferramenta que realmente ajudasse o usuário a organizar, visualizar e entender suas finanças. Mais do que cumprir os requisitos do curso, eu queria criar algo que tivesse valor prático e aplicabilidade real — algo que eu mesma usaria ou recomendaria.
Foi aí que nasceu a ideia de reformular completamente a página de notas e criar, do zero, os módulos de deduções e resumo financeiro, trazendo inteligência visual, controle fiscal e uma experiência de uso muito mais rica.
3. Minhas Contribuições
- Reformulação da página de notas
- Criação da página de deduções
- Criação da página de resumo
- Módulo de fluxo mensal
- Gráficos e visualizações
4. Desafios e Decisões
Ao transformar o projeto original em algo mais robusto e funcional, enfrentei uma série de desafios que exigiram não só conhecimento técnico, mas também pensamento crítico e sensibilidade de design.
🧠 Desafio 1: Estruturar os dados de forma lógica
A primeira dificuldade foi entender como organizar as informações financeiras de maneira clara e útil. Separar entradas e saídas exigiu que eu criasse tabelas distintas, com campos específicos como fonte de renda, tipo de contrato, dedutibilidade, INSS e IR retido. Foi um exercício de lógica e modelagem de dados, onde precisei pensar como uma contadora e uma usuária ao mesmo tempo.
🎨 Desafio 2: Criar uma interface intuitiva
A navegação básica com botões nomeados e os comandos “PRÓXIMO” e “ANTERIOR” foram ensinados durante o curso, e serviram como base para a estrutura do projeto. No entanto, o desafio foi adaptar esses elementos para uma interface mais clara e funcional, alinhada com os dados que eu estava reformulando e criando.
Decidi manter o menu lateral com seções bem nomeadas — Titular, Informes, Notas, Deduções, Resumo — e trabalhei para que cada página tivesse títulos objetivos, instruções diretas e campos organizados de forma lógica. A minha contribuição foi garantir que essa navegação realmente fizesse sentido dentro do fluxo de preenchimento, especialmente nas páginas que eu criei do zero, como Deduções e Resumo Financeiro, onde precisei pensar em como o usuário entenderia e interagiria com os dados.
📊 Desafio 3: Visualização de dados
Implementar gráficos foi um dos pontos mais desafiadores, pois exigia transformar dados numéricos em representações visuais que fizessem sentido. Optei por gráficos de pizza e barras para mostrar o resumo financeiro e o status dos comprovantes, pois são formas simples e eficazes de comunicar proporções e pendências.
🔍 Desafio 4: Decisões técnicas
Como o projeto foi feito em ambiente acadêmico, precisei trabalhar com recursos limitados. Fiz escolhas conscientes para manter o sistema leve e funcional:
- Usei tabelas HTML com estilização simples para garantir legibilidade.
- Evitei dependências externas para manter o controle total do código.
- Planejei os campos pensando em uma possível integração futura com APIs bancárias ou sistemas contábeis.
Esses desafios me ensinaram que desenvolver um sistema não é só escrever código — é entender o problema, pensar no usuário, tomar decisões conscientes e buscar soluções que realmente funcionem. Cada escolha que fiz foi guiada por uma pergunta: “Isso facilita a vida de quem vai usar?” — e essa mentalidade fez toda a diferença.
🌱 Impacto e Aprendizados
Esse projeto começou como um exercício técnico, mas rapidamente se transformou em algo muito maior: uma oportunidade de aplicar conceitos em um contexto real, tomar decisões de design, e pensar na experiência do usuário de ponta a ponta.
💡 Evolução do projeto: No início, o sistema era apenas uma ideia solta, sem estrutura visual ou lógica definida. Com o tempo, ele ganhou forma — fluxos claros, páginas funcionais, e uma navegação intuitiva. Cada tela que eu desenhava me fazia repensar como o usuário interagiria com os dados, e isso me levou a refinar não só o visual, mas também a lógica por trás de cada etapa.
🎯 O que ele representa pra mim: Mais do que um trabalho de curso, esse projeto virou um marco na minha jornada como desenvolvedora. Foi onde percebi que consigo transformar complexidade em clareza, e que tenho autonomia para criar soluções que realmente funcionam. Ver algo que eu construí do zero ganhar vida foi extremamente gratificante.
🚀 Preparação para desafios reais: Aprendi a lidar com ambiguidade, tomar decisões com base na usabilidade, e pensar como o usuário final. Também desenvolvi habilidades de organização, priorização e comunicação — essenciais em qualquer ambiente profissional. Esse projeto me mostrou que não basta saber programar: é preciso entender o problema, propor soluções e ter empatia com quem vai usar.
🔚 Conclusão
Esse projeto me mostrou que desenvolvimento vai muito além de escrever código — é sobre entender o problema, pensar no usuário e construir soluções com propósito. Cada tela, cada decisão de navegação e cada ajuste visual foram feitos com atenção à experiência de quem vai usar.
Professor: Felipe Aguiar