Como Dominar os Fundamentos de Java Pode Abrir Portas para Você no Mercado Financeiro
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Olá, comunidade da DIO!
Você gostaria de ser um desenvolvedor(a) em empresas do universo financeiro? Como por exemplo, um banco ou fintechs? Pode parecer um sonho difícil, mas, eu tenho uma boa notícia! Uma ótima maneira de abrir portas em empresas desse setor é dominando os fundamentos de Java. Sabia que Java é uma das linguagens de programação mais utilizadas e valorizadas no setor?
Talvez, você esteja pensando: Java? Uma linguagem tão complexa. Calma, eu sei que Java pode assustar muita gente, porém, o jogo pode mudar se você dominar os fundamentos da linguagem! É isso mesmo, o caminho para se aprender Java ou qualquer outra linguagem de programação começa pela base.
Se você sonha em trabalhar no mercado financeiro e quer aprender Java para ficar no radar dos Tech Recruiters, esse artigo é para você! Nele vamos apresentar o caminho para você aprender como dominar os fundamentos de Java de maneira simples e prática.
Está preparado(a) para dar seus primeiros passos nessa linguagem que movimenta milhões todos os dias?
Então, não deixe de ler esse artigo até o final, comentar se você sonha em trabalhar no mercado financeiro, deixar o upvote, pois ele me ajuda e incentiva a compartilhar ainda mais conhecimento e não se esqueça de compartilhar com seus amigos!
Neste artigo você vai encontrar:
- Um pouco de História: A Importância do Surgimento das Linguagens de Programação;
- Fundamentos de Java;
- Ecossistema Java;
- Oportunidades em Java no Mercado Financeiro;
- Considerações Finais.
Um Pouco de História: A Importância do Surgimento das Linguagens de Programação
Antes de começarmos a falar sobre Java especificamente, bem como seus fundamentos, precisamos entender a importância do surgimento das primeiras linguagens de programação para a evolução do profissional de desenvolvimento de software. Você sabia que os primeiros computadores eram máquinas gigantes e extremamente lentas?Se fizermos uma comparação com os computadores de hoje em dia, podemos perceber uma evolução substancial, já que hoje, o tamanho e os custos, naquela época, impossibilitavam a democratização do acesso, que era restrito a um pequeno grupo.
Nos dias atuais, temos um cenário melhor, mais pessoas podem acessar um computador e a internet, porém ainda temos que muito trabalho pela frente, para que cada pessoa no mundo tenha um computador a sua disposição e possa resolver uma série de problemas pessoais, assistir filmes, séries, estudar e realizar uma diversidade imensa de atividades, cujo objetivo principal é economizar tempo e aumentar a produtividade.
Um mundo sem linguagens de programação
Já imaginou se linguagens como Java simplesmente não existissem? Isso já foi uma realidade, para você ter uma ideia, o ENIAC - Electronic Numerical Integrator and Computer, por exemplo, ocupava 180 metros quadrados e pesava 30 toneladas), complexas e muito caras. Para ser “programado”, era necessário utilizar milhares de válvulas a vácuo para realizar os cálculos.
Nessa época, programar era uma atividade bem complexa, muito diferente dos dias de hoje, que temos a nossa disposição vários materiais, como a documentação oficial, artigos, cursos, inteligência artificial, comunidades ativas e vibrantes, como a comunidade de Java, entre outros recursos que possibilitam que mais pessoas tenham a oportunidade de estudar e aprender sobre a linguagem que fizer mais sentido para os estudantes.
Os primeiros códigos de programação eram uma sequência de binários formada por sequências de zeros e uns. Uma linguagem de máquina propriamente dita. Para programar o ENIAC, eram necessários chaves, cabos e plugues que precisavam ser manualmente reconfigurados para cada novo problema (uma forma de "código" no próprio hardware). Outros computadores usavam cartões perfurados para inserir dados e instruções.
Até que em alternativa surgiu, ela ficou conhecida como Assembly, uma linguagem de programação, que era vista como uma forma de facilitar o processo. Ela utilizava os chamados mnemônicos para tentar tornar o código mais legível, porém, ainda era muito semelhante ao código de máquina.
O surgimento das linguagens de programação de alto nível
Com o avançar dos estudos, as primeiras linguagens de programação de alto nível começaram a surgir, a primeira foi Plankalkül, criada por Konrad Zuse entre 1942 e 1945. No entanto, ela não foi implementada na época e suas contribuições foram isoladas. Logo após vieram FORTRAN, LIST, COBOL até a chegada de linguagens que conhecemos hoje como Java e Python.
Com esse avanço, tivemos a democratização do aprendizado de programação, e assim mais pessoas puderam desenvolver seus códigos e criar sistemas modernos e robustos, que facilitaram a vida de milhares de pessoas em todo o mundo.
Não podemos nos esquecer que, desde os primeiros computadores, até as linguagens de programação mais modernas como Java, tivemos diversas pessoas envolvidas e sem eles, não conseguiríamos chegar onde estamos, foi um processo longo que possibilitou o desenvolvimento de soluções cada vez melhores, porém ainda há muito que se trabalhar e melhorar, por isso é fundamental estudar para ajudar a construir o futuro da programação.
Fundamentos de Java
Agora que você já sabe mais sobre como as linguagens de programação surgiram, podemos falar exclusivamente dos fundamentos de Java, uma das mais populares e respeitadas de todas, sendo sempre mencionada nas rodas de conversas de programadores e demais profissionais da área.
O prestígio de Java, se deve as seguintes características:
- Fortemente tipada: isso significa que a linguagem tem a capacidade de “avisar” erros aos desenvolvedores no processo de compilação, assim, é possível evitar bugs, durante o processo de produção;
- Gerenciamento de memória: graças a habilidade de Java, conhecida como “Garbage Collector” traduzindo, podemos entender esse termo como “coletor de lixo do Java”. Que é responsável pelo processo de gerenciamento de memória automaticamente, uma grande vantagem, já que possibilita a redução significativa do risco de exposição de memória e falhas críticas do sistema que podem ser comuns em linguagens que exigem alocação manual (como, por exemplo C++).
- Segurança: o código Java é executado em um ambiente isolado (conhecido como Java Virtual Machine - JVM). Isso é uma grande vantagem, uma vez que fornece uma camada de segurança adicional, limitando o acesso direto do programa ao sistema operacional, o que ajuda a prevenir ataques maliciosos de pessoas não autorizadas, bem como a obtenção de dados sensíveis.
- API Robusta: Java possui uma grande vantagem, quando estamos falando da criação de API’s (Interface de Programação de Aplicações). A segurança é considerada madura e amplamente testada pelos profissionais da área, que fornecem suporte com criptografia avançada e frameworks (como o Spring Security) essenciais para proteger dados e transações, principalmente no sistema financeiro, prevenindo possíveis prejuízos.
- Multithreading: Java pode realizar múltiplas tarefas ao mesmo tempo, assim o ganho da produtividade pode ser percebido por quem programa em Java. Essa habilidade de Java é ideal para grandes sistemas, que processam um grande volume de dados (big data) e processamento de milhares de informações todos os dias, como acontece nos bancos e demais operadores do mercado financeiro;
- Frameworks: os frameworks de Java tornam a linguagem ainda mais poderosa, já que tornam aplicações complexas ainda mais fáceis. Como exemplo, podemos citar o Spring e Hibernate, que são uma mão na roda para facilitar a construção de sistemas que exigem maior atenção, facilitando o trabalho dos desenvolvedores. Os frameworks são verdadeiros canivetes suíços, com ferramentas essenciais para construir o que se propõe.
- Portátil: Com Java foi dito, o código Java, graças à JVM, pode rodar em praticamente qualquer sistema operacional sem precisar ser reescrito. Isso é sem dúvidas, uma vantagem considerável para quem precisa de criar projetos e diferentes sistemas de maneira eficiente e eficaz.
Existem diversas outras características que tornam Java uma das linguagens mais demandadas pelas empresas, dentre elas o setor financeiro, porém, as citadas acima são as principais e de maneira mais resumida, a escolha por Java se deve ao fato de ser uma linguagem segura, eficiente, eficaz, portátil e consolidada, com 30 anos de mercado, todo esse combo, tornam Java, uma das linguagens que devem ser consideradas como uma ótima escolha de aprendizado de profissionais de todas as idades.
Conceitos Fundamentais em Java
Agora que você já sabe os motivos de Java ser tão popular e respeitada, vamos destrinchar um pouco mais sobre alguns conceitos importantes para você entenda Java de uma vez por todas:
Orientação a Objetos
Java é uma linguagem orientada a objetos, ou seja, a estrutura básica de construção de programas em Java gira em torno dos objetos, que são instâncias de classes. Em outras palavras, ao invés de escrever um código solto com funções e variáveis espalhadas (como acontece em linguagens procedurais), em Java tudo está encapsulado dentro de classes, privilegiando a organização dos projetos.
Os pilares da orientação a objetos em Java são:
Encapsulamento: aqui acontece o processo conhecido como agrupamento de dados (as chamadas variáveis) e comportamentos (métodos) dentro de uma classe. Isso protege os dados e permite controlar quem pode acessar o quê. Veja um exemplo de código:
public class ContaBancaria {
private double saldo;
public void depositar(double valor) {
this.saldo += valor;
}
public double getSaldo() {
return saldo;
}
}
Observe que, `saldo` está encapsulado; só pode ser acessado de forma controlada.
Herança
Permite que uma classe herde características (atributos e métodos) de outra. Evita repetição de código e promove reuso e uma economia importante de tempo. Confira mais um exemplo de código:
// Classe base
public class ContaBancaria {
public void exibirTipoConta() {
System.out.println("Conta bancária genérica");
}
}
// Subclasse
public class ContaCorrente extends ContaBancaria {
@Override
public void exibirTipoConta() {
System.out.println("Conta Corrente");
}
}
Explicação:
- ContaBancaria atua como a classe genérica com um método exibirTipoConta().
- ContaCorrente vai herdar de ContaBancaria e sobrescrever o método;
Ainda é possível você criar outras subclasses como ContaPoupanca, ContaSalario, etc., seguindo o mesmo padrão.
Exemplo de uso:
public class Banco {
public static void main(String[] args) {
ContaBancaria conta1 = new ContaBancaria();
ContaBancaria conta2 = new ContaCorrente();
conta1.exibirTipoConta(); // Saída: Conta bancária genérica
conta2.exibirTipoConta(); // Saída: Conta Corrente
}
}
Polimorfismo
Permite usar o mesmo método de maneiras diferentes, dependendo do contexto ou do tipo real do objeto. Observe o exemplo de código, em que foi criado uma classe base chamada ContaBancaria e duas subclasses: ContaCorrente e ContaPoupanca. Ambas sobrescrevem o método calcularTarifaMensal() de formas diferentes.
Classe base
public class ContaBancaria {
public void calcularTarifaMensal() {
System.out.println("Tarifa padrão da conta bancária.");
}
}
Subclasse: Conta Corrente
public class ContaCorrente extends ContaBancaria {
@Override
public void calcularTarifaMensal() {
System.out.println("Tarifa da conta corrente: R$ 20,00");
}
}
Conta Poupança
public class ContaPoupanca extends ContaBancaria {
@Override
public void calcularTarifaMensal() {
System.out.println("Conta poupança não possui tarifa mensal.");
}
}
Exemplo de uso com Polimorfismo
public class Banco {
public static void main(String[] args) {
// Usando polimorfismo: todas são tratadas como ContaBancaria
ContaBancaria[] contas = new ContaBancaria[3];
contas[0] = new ContaBancaria();
contas[1] = new ContaCorrente();
contas[2] = new ContaPoupanca();
for (ContaBancaria conta : contas) {
conta.calcularTarifaMensal(); // Cada conta responde de forma diferente
}
}
}
Saída:
Tarifa padrão da conta bancária.
Tarifa da conta corrente: R$ 20,00
Conta poupança não possui tarifa mensal.
Explicando passo a passo:
Ainda que armazenadas como ContaBancaria, o método exato foi chamado conforme o tipo real do objeto (isso é polimorfismo em ação em seus estado mais puro, especificamente, polimorfismo em tempo de execução).
Abstração
Na abstração você precisa identificar o que um objeto faz e não em como ele irá fazer. Isso é implementado com interfaces e classes abstratas. Veja o exemplo abaixo, em que foi criado uma classe abstrata com o mesmo nome utilizado nos exemplos anteriores ContaBancaria, com um método abstrato sacar(), que cada tipo de conta irá implementar de forma diferente.
Classe abstrata
public abstract class ContaBancaria {
protected double saldo;
public ContaBancaria(double saldoInicial) {
this.saldo = saldoInicial;
}
public abstract void sacar(double valor); // Método abstrato
public void consultarSaldo() {
System.out.println("Saldo atual: R$ " + saldo);
}
}
Subclasse: Conta Corrente
public class ContaCorrente extends ContaBancaria {
public ContaCorrente(double saldoInicial) {
super(saldoInicial);
}
@Override
public void sacar(double valor) {
saldo -= valor + 2.0; // Cobra taxa de R$2 por saque
System.out.println("Saque realizado (Conta Corrente)");
}
}
Subclasse: Conta Poupança
public class ContaPoupanca extends ContaBancaria {
public ContaPoupanca(double saldoInicial) {
super(saldoInicial);
}
@Override
public void sacar(double valor) {
saldo -= valor; // Sem taxa
System.out.println("Saque realizado (Conta Poupança)");
}
}
Exemplo de uso
public class Banco {
public static void main(String[] args) {
ContaBancaria conta1 = new ContaCorrente(1000.0);
ContaBancaria conta2 = new ContaPoupanca(1000.0);
conta1.sacar(100.0);
conta2.sacar(100.0);
conta1.consultarSaldo(); // Saldo com desconto de taxa
conta2.consultarSaldo(); // Saldo sem desconto
}
}
Saída esperada:
Saque realizado (Conta Corrente)
Saque realizado (Conta Poupança)
Saldo atual: R$ 898.0
Saldo atual: R$ 900.0
Após esse exemplo, podemos concluir que:
A abstração permitiu definir o que todas as contas devem fazer, ou seja (sacar), mas sem se preocupar com o como.
- Cada tipo de conta implementa o comportamento de forma específica.
- Assim, você trabalha com conceitos genéricos (ContaBancaria), mas tem flexibilidade nas implementações.
Por que entender essa etapa é importante no processo de aprendizado de Java?
Quando você consegue dominar a orientação a objetos em Java, vocè será capaz de:
- Criar exemplos de código do mundo real de forma mais natural, em diferentes contextos: (como o exemplo dos bancos que foi mostrado nos códigos que foram mostrados anteriormente);
- Fácil manutenção, uma vez que, ao trabalhar em partes isoladas do sistema (classes) e bem mais flexível realizar a manutenção.
- Reutilização de código: com herança e composição você pode reutilizar o código escrito sem muitas dificuldades.
- Flexibilidade: com polimorfismo tudo fica mais simples de se aprender e aplicar na prática.
Talvez você se pergunte: então, podemos afirmar que Java é 100% orientada a objetos? A resposta é depende. Apesar de tudo em Java girar em torno das classes e objetos, existe uma exceção, nos chamados tipos primitivos (int,double,boolean, entre outros), que não podem ser considerados objetos, mas existem os chamados wrappers( como Integer e Double) que conseguem “transformar” esses tipos primitivos como objetos, esse é um ponto principal, que merece toda a sua atenção.
Bom, após todo esse aprendizado, podemos entender que Java é orientada a objetos porque tudo na composição da linguagem é pensado em termos de objetos: entidades com estado (atributos) e comportamento (métodos). Essa abordagem torna o código modular, reutilizável, legível e mais fácil de manter. O que é essencial para empresas que operam com grandes sistemas empresariais, como é o caso dos bancos.
Porém, além de entender mais sobre a programação orientada a objetos, Java não é composta somente por isso, vai muito além. Se você realmente deseja dominar a linguagem e conquistar seu espaço no mercado, precisa também aprender sobre os chamados tipos de dados e variáveis. Veja a seguir do que se trata.
Introdução aos Tipos de Dados e Variáveis:
Em Java, temos os tipos de dados, eles são responsáveis por definir o formato e a capacidade de armazenamento das variáveis, dividindo-se entre primitivos e referências. Os primitivos como: byte, short, int, long, float, double, char e boolean ocupam espaços fixos na memória e garantem operações de baixo nível com desempenho otimizado, em que cada um apresenta limites de valor e cenários de uso específicos.
Um exemplo é o caso de int para contagens inteiras e ainda double que realiza cálculos de precisão dupla. A conversão entre primitivos ocorre por promoção automática (por exemplo, int pode ser convertido em long) ou casting explícito quando há risco de perda de informação (como double para int). As variáveis de referência apontam para objetos na heap e armazenam endereços de instâncias de classes e arrays, incluindo String, cujos literais ficam internados em pool para economizar memória.
Dessa forma, compreender escopo, de instância e estático e inicialização padrão (zero para numéricos, false para boolean e null para referências) é fundamental se você deseja evitar NullPointerException e valores inesperados.
Controle de Fluxo
Outro tópico importante no aprendizado dos fundamentos de Java é sem dúvidas o controle de fluxo em Java. Ele é a base que vai ditar como seu programa evolui ou toma decisões em tempo de execução. Blocos if/else e expressões switch permitem ramificar a lógica com clareza, enquanto laços for, while e do/while repetem operações até que condições específicas sejam atendidas.
Instruções como break e continue oferecem refinamento extra, interrompendo ou pulando iterações quando necessário. Compreender o escopo de variáveis dentro desses blocos ajuda a evitar efeitos colaterais indesejados e melhora a legibilidade. Além disso, o uso criterioso de expressões lógicas curto-circuitadas (&&, ||) pode otimizar o desempenho e prevenir exceções. Em resumo, dominar o controle de fluxo é essencial para transformar requisitos de negócio em algoritmos robustos, diminuindo bugs e criando código que reflita exatamente as regras que você precisa implementar.
Tratamento de Exceções
Em Java, ler e escrever código com clareza inclui antecipar falhas inesperadas por meio do chamado tratamento de exceções. A hierarquia que engloba Throwable, Exception e RuntimeException diferencia erros recuperáveis de falhas graves. Blocos try/catch tem a função de capturar exceções específicas, enquanto finally garante a liberação de recursos mesmo quando algo dá errado. O recurso de try-with-resources simplifica o gerenciamento de streams e conexões, fechando automaticamente objetos que implementam AutoCloseable. Definir métodos com throws deixa claro quais erros podem emergir, e criar suas próprias exceções customizadas ajuda a expressar regras de negócio. Práticas bem definidas de tratamento de exceções tornam o software resiliente e fácil de depurar, pois erros são relatados com pilhas de chamadas consistentes e mensagens significativas.
API de Coleções e Genéricos
Vamos falar um pouco sobre as API's de coleções de Java. Elas oferecem implementações maduras para agrupar dados de forma eficiente, desde listas ordenadas até mapas de chave-valor. Interfaces centrais como List, Set e Map definem contratos claros, e classes como ArrayList, HashSet e HashMap atendem a diferentes necessidades de desempenho. O uso de genéricos elimina casts inseguros, permitindo declarar coleções do tipo List<String> ou Map<Integer, Cliente>.
Iteradores fornecem acesso controlado aos elementos, enquanto os métodos add, remove e contains encapsulam lógica comum de manipulação de dados. Compreender complexidade de tempo para operações como pesquisa ou inserção é crucial: HashMap tende a oferecer busca em tempo constante, enquanto TreeMap mantém ordem mas opera em tempo logarítmico. Dominar coleções e genéricos é vital para escrever algoritmos claros, seguros e eficientes.
Streams e Programação Funcional
Outro tópico muito importante, é uma atualização importante trazida no lançamento do Java 8, a API de Streams leva a programação funcional ao núcleo da linguagem, deixando o código mais expressivo e conciso. Streams representam fluxos de dados que podem passar por operações intermediárias como filter, map e sorted, e terminarem em operações finais como collect ou forEach. Ao evitar loops explícitos, você foca em “o que” deve ser feito, não “como”. Expressões lambda e métodos de referência (Class::method) tornam o código mais limpo e legível. Além disso, parallelStream() permite paralelizar pipelines de forma transparente, aproveitando múltiplos núcleos da JVM sem lidar diretamente com threads. No entanto, cuidado com estados mutáveis e ordem de execução: pipelines paralelos exigem funções puras e sem efeitos colaterais para garantir resultados corretos.
JVM, Classpath e Gerenciamento de Memória
A JVM é o motor que executa seu bytecode Java, gerenciando o carregamento de classes, a execução de threads e a alocação de memória. O heap armazena objetos, enquanto cada thread tem sua própria stack para variáveis locais. O garbage collector cuida da remoção de objetos não referenciados, mas diferentes coletores (G1, CMS, ZGC) oferecem trade-offs de latência e taxa de transferência.
Ajustar flags como -Xmx, -Xms e parâmetros do GC pode melhorar desempenho e reduzir pausas. Já o classpath (e, a partir do Java 9, o sistema de módulos com module-info.java) define onde buscar classes e dependências em tempo de execução. Compreender esses aspectos é crucial para diagnosticar problemas de memória, otimizar a inicialização da aplicação e garantir um ambiente de produção estável.
Concorrência e Threads
Programar de forma concorrente em Java significa coordenar múltiplas threads para executar tarefas simultâneas sem conflitos. Além de criar Thread e implementar Runnable ou Callable, a API de concorrência de java.util.concurrent oferece ExecutorService para gerenciar pools de threads, Future para resultados assíncronos e ferramentas como CountDownLatch, Semaphore e CyclicBarrier para sincronização avançada. O uso de blocos synchronized ou classes de Lock previne condições de corrida, mas pode levar a deadlocks se não for cuidadosamente projetado. Por fim, coleções concorrentes (ConcurrentHashMap, CopyOnWriteArrayList) fornecem estruturas thread-safe sem bloquear todo o contêiner. Dominar concorrência é essencial para aplicações de alta performance e responsivas.
Anotações e Reflection
Annotations permitem adicionar metadados ao seu código de forma declarativa, usando marcações como @Override, @Deprecated ou anotações customizadas com @Retention e @Target para controlar seu escopo e disponibilidade em tempo de execução. A Reflection API explora esses metadados para inspecionar classes, métodos, campos e construtores dinamicamente, permitindo frameworks de injeção de dependência, serialização ou mapeamento objeto-relacional funcionarem sem código boilerplate. Apesar de poderosa, a reflexão pode afetar desempenho e segurança, pois quebra encapsulamento e ignora verificações de acesso em tempo de compilação. Usada com moderação e boas práticas, permite flexibilidade e extensibilidade em bibliotecas e aplicações.
Ferramentas do Ecossistema
O ecossistema Java é rico em ferramentas que automatizam desde a compilação até a entrega. O compilador javac e o launcher java são a base, enquanto Maven e Gradle cuidam da resolução de dependências, execução de testes e empacotamento de artefatos. Frameworks de testes como JUnit e TestNG facilitam escrever testes unitários e de integração. Ferramentas de linting e análise estática (Checkstyle, SpotBugs) reforçam padrões de código, e sistemas de logging (Log4j, SLF4J) ajudam a rastrear o comportamento em produção. IDEs modernas (IntelliJ IDEA, Eclipse) oferecem depuração visual, refatoração e autocompletar inteligente. Dominar essas ferramentas aumenta a produtividade, a qualidade do código e acelera ciclos de desenvolvimento.
Java no Mercado Financeiro: Gigantes do Mercado Financeiro que Apostam em Java
Chegamos ao ponto mais interessante do artigo, a relação de Java com o mercado financeiro. Uma maneira de provar a relevância do Java dentro desse setor, está no seu uso extensivo pelas maiores instituições financeiras do Brasil e do mundo.
Exemplos de Empresas que usam e confiam em Java:
- Grandes Bancos: Instituições como Itaú, Banco Pan, Bradesco e Santander utilizam Java massivamente em seus sistemas de core banking, plataformas de internet banking, aplicações de segurança e no processamento de transações. A robustez e a segurança da linguagem são ideais para essas operações de missão crítica.
- Fintechs Inovadoras: Empresas que nasceram digitais, como Nubank, PicPay e C6 Bank, também construíram suas plataformas escaláveis e de alta performance utilizando Java em seu backend. Elas combinam a solidez da linguagem com arquiteturas modernas, como microsserviços, para entregar produtos inovadores com agilidade.
- Bolsa de Valores e Corretoras: A B3 e grandes corretoras de investimento utilizam Java em seus sistemas de negociação (home brokers), processamento de ordens e em plataformas de análise de mercado, onde a performance e a baixa latência são requisitos indispensáveis.
Como você percebeu nos exemplos anteriores, existem diversas possibilidades de atuação, quando se aprende Java, mas como você pode se destacar? Confira algumas dicas:
- Domine os fundamentos que foram citados neste artigo: esse é o primeiro passo para realmente se destacar e construir uma carreira de sucesso no mercado financeiro como desenvolvedor Java;
- Aprofunde-se no Ecossistema Spring: é outra dica primordial, se você quer fazer a diferença e se destacar em processos seletivos, não basta saber Java, é preciso dominar o Spring Framework. Estude com dedicação e empenho o Spring Boot para criação de microsserviços, o Spring Security para autenticação e autorização, e o Spring Data para acesso a bancos de dados.
- Aprenda sobre Mensageria e Streaming de Dados: os sistemas financeiros são distribuídos e se comunicam de forma assíncrona. Estudar tecnologias como Apache Kafka é um grande diferencial, pois são amplamente utilizadas para processar eventos de transações, cotações e logs em tempo real.
- Entenda as regras de Negócio: é claro que você não vai precisar ser um economista, no entanto precisa entender os conceitos básicos do domínio em que está trabalhando. Estude sobre produtos financeiros (renda fixa, renda variável), meios de pagamento (Pix e TED, por exemplo), mercado de ações e regulação do Banco Central. Isso o ajudará a desenvolver soluções mais eficazes e a se comunicar melhor com a equipe de negócios.
- Foque em Testes e Qualidade: dentro do competitivo ambiente do mercado financeiro, um bug pode ter consequências graves. Demonstre um compromisso com a qualidade de código. Domine ferramentas de teste como JUnit e Mockito e entenda conceitos de TDD (Test-Driven Development).
- Busque Certificações (com Estratégia): certificações Java, como a Oracle Certified Professional (OCP), ainda são valorizadas como uma forma de validar seu conhecimento. Certificações em frameworks populares ou em plataformas de nuvem (como AWS) também são um grande plus.
- Construa Projetos Pessoais: não fique apenas na teoria, é preciso uma boa dose de prática para ficar bom. Assuma o papel de protagonista da sua carreira e busque criar uma pequena API de controle financeiro simples, um simulador de investimentos ou uma aplicação que consome uma API de cotações. Ter projetos práticos em seu portfólio no GitHub é a melhor forma de demonstrar suas habilidades. Não se esqueça de documentar e explicar no README, quais foram suas escolhas para construir seus projetos, isso conta muitos pontos a seu favor;
- Soft Skills: saber se comunicar bem, trabalhar em equipe, ter resiliência e empatia e saber trabalhar com profissionais de diferentes perfis e personalidades, são tão importantes quanto as habilidades técnicas, não se esqueça disso;
- Networking: você precisa manter seu LinkedIn o mais atualizado que for possível, para que os recrutadores encontrem seu perfil, e também buscar ser ativo na rede. Comente posts, envie mensagens, seja ativo em comunidades como a DIO e suas chances de ser notado aumentam, lembre-se de ser interessante e não interesseiro.
Por fim, saiba que o caminho para se tornar um desenvolvedor Java de destaque no mercado financeiro é pavimentado com uma dose de estudo contínuo, amor pelo negócio e uma dedicação incansável à qualidade e à performance. Ao dominar os fundamentos sólidos que a linguagem oferece e alinhá-los às necessidades de um dos setores mais disputados e recompensadores da economia, você estará abrindo portas para uma carreira de imenso potencial com ótimos salários.
Considerações Finais
Após a leitura desse artigo, você entendeu melhor sobre os fundamentos de Java e porque a linguagem é tão valorizada no mercado de trabalho, principalmente no mercado financeiro. Além disso, você teve a oportunidade de aprender alguns dos principais fundamentos de Java, que podem ser a porta de entrada no mercado de trabalho.
É importante ressaltar que Java está em constante evolução e por isso, é preciso que você se mantenha atualizado para se tornar um profissional disputado no mercado de trabalho, não somente desenvolvendo hard skills, como também as soft skills, que tornaram você um profissional único no disputado mercado de trabalho em desenvolvimento de software.
Se você gostou desse artigo, não se esqueça de deixar seu comentário e compartilhar com seus amigos.
Bons estudos!
Referências
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devMasterTeam. Java – O que é NullPointerException e como resolver? Disponível em: https://www.devmasterteam.com/Blog/java-o-que-e-nullpointerexception-e-como-resolver. Acesso em: 21 out. 2025.
freeCodeCamp.org. Princípios de programação orientada a objetos em Java: Conceitos de POO para iniciantes. Disponível em: https://www.freecodecamp.org/portuguese/news/principios-de-programacao-orientada-a-objetos-em-java-conceitos-de-poo-para-iniciantes/. Acesso em: 21 out. 2025.
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KHAN, Tanvir. Java Multithreading: A Step-by-Step Guide for Concurrent Programming. Medium, 8 set. 2023. Disponível em: https://aeontanvir.medium.com/java-multithreading-a-step-by-step-guide-for-concurrent-programming-3bf5dccbbfa1. Acesso em: 21 out. 2025.
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