Como a Curiosidade e a Tecnologia Moldaram Minha Jornada: De Computadores a Robôs Autônomos
Minha história com a tecnologia começou bem antes de qualquer curso ou graduação. Foi em 1999, quando ganhei o meu primeiro computador. Eu era só uma criança, mas já estava determinado a entender como aquela máquina funcionava. Uma das minhas primeiras interações com ele foi abrir o gabinete — por pura curiosidade — só para ver como tudo era por dentro.
Meu pai, vendo esse brilho nos olhos, começou a me incentivar da melhor forma que podia: me presenteando com revistas como CD Expert, Digerati e PC Expert. A cada edição, eu aprendia algo novo: como instalar um jogo, como fazer manutenção no sistema, como funcionava a internet discada. Aquilo tudo era mágico pra mim.
O meu primeiro “dev”, por assim dizer, veio com o RPG Maker 2000. Eu passava horas criando mapas, personagens e batalhas. Foi assim, de forma lúdica e espontânea, que tive o primeiro contato com lógica de programação. Mais tarde, comecei a explorar linguagens como Pascal, Visual Basic e Delphi — e cada nova descoberta só aumentava minha vontade de seguir por esse caminho.
Com o tempo, entrei para a graduação em Engenharia Elétrica, onde pude expandir meu conhecimento sobre eletrônica, automação e sistemas embarcados. Foi nessa fase que conheci o Python e, mais especificamente, o OpenCV. A primeira vez que usei uma câmera para detectar algo em tempo real foi marcante. Eu conseguia ver, literalmente, o computador “enxergar” e tomar decisões com base nisso. A tecnologia deixou de ser apenas código na tela — passou a interagir com o mundo real.
Depois de formado, entrei no mercado de trabalho atuando em uma grande agtech, líder no monitoramento de máquinas agrícolas no Brasil. Hoje, tenho o privilégio de trabalhar no setor de robótica, onde desenvolvemos robôs agrícolas autônomos. É incrível pensar que aquele menino curioso que desmontava computadores agora aplica seu conhecimento para criar soluções tecnológicas que impactam o campo, a produção e a vida de tantas pessoas.
E mesmo depois de tantos anos, a sensação de aprender algo novo e transformar isso em algo funcional ainda é a mesma. Foi com Python e OpenCV que aprendi, de verdade, a enxergar a tecnologia não como algo distante, mas como uma extensão da minha criatividade e capacidade de resolver problemas.
Se tem algo que eu posso dizer para quem está começando agora, é isso: você não precisa saber tudo para começar. O importante é manter a curiosidade viva — ela é o combustível da inovação.