Boas Práticas e Medidas de Segurança no Active Directory
Resumo:
Este artigo explora as melhores práticas de segurança para o Active Directory, um serviço crítico utilizado na maioria das redes corporativas. Serão discutidas as principais ameaças, as vulnerabilidades mais comuns, e as estratégias de mitigação para proteger a infraestrutura de TI. O foco está em políticas de autenticação, gerenciamento de privilégios, proteção de controladores de domínio e auditoria contínua de eventos de segurança.
1. Introdução:
1.1 O que é o Active Directory?
O Active Directory (AD) é um serviço da Microsoft que gerencia identidades e controla o acesso a recursos em redes corporativas. Ele oferece autenticação centralizada, autorização e gerenciamento de políticas, sendo um dos componentes mais críticos em qualquer infraestrutura de TI.
1.2 Importância da Segurança no AD
Por ser o principal sistema de gerenciamento de identidades e controle de acesso, comprometer o Active Directory pode resultar no controle total de uma rede. Portanto, a segurança do AD é uma das prioridades nas estratégias de segurança de TI.
2. Ameaças Comuns ao Active Directory:
2.1 Ataques de Elevação de Privilégios
Os invasores frequentemente exploram vulnerabilidades para obter privilégios de administrador, o que permite controle sobre o ambiente AD.
2.2 Pass-the-Hash e Pass-the-Ticket
Esses são ataques em que credenciais roubadas, como hashes de senha ou tickets Kerberos, são reutilizados para acessar recursos sem a necessidade de conhecer as senhas reais.
2.3 Comprometimento de Controladores de Domínio
Os controladores de domínio (DCs) são os servidores mais críticos no AD. Se comprometidos, eles podem permitir o controle total do ambiente.
3. Boas Práticas de Segurança no Active Directory:
3.1 Proteção de Contas de Alto Privilégio
- Contas de administrador de domínio: Limitar o uso dessas contas ao mínimo necessário, utilizando-as apenas quando estritamente necessário. Implementar políticas de controle de acesso robustas para estas contas.
- Segregação de funções: Usar contas separadas para administração diária e para tarefas sensíveis.
3.2 Implementação de Políticas de Senha Fortes
- Utilizar políticas de senha robustas (mínimo de 12 caracteres, combinação de letras, números e símbolos).
- Implementar autenticação multifator (MFA) para todas as contas de administrador e, sempre que possível, para usuários finais.
3.3 Uso de Grupos de Acesso Controlado
- Utilizar grupos de acesso dinâmico para conceder permissões temporárias de administrador com base em tarefas, revogando automaticamente após o término da tarefa.
- Minimizar a quantidade de usuários em grupos administrativos.
3.4 Gerenciamento de Controladores de Domínio
- Manter todos os controladores de domínio (DCs) atualizados com os patches de segurança mais recentes.
- Controladores de Domínio Dedicados: Evitar o uso de controladores de domínio para outras funções, como servidores de aplicativos ou arquivos.
- Monitorar constantemente os DCs para detectar atividades anômalas.
3.5 Controle de Acesso ao AD
- Least Privilege: Aplicar o princípio de menor privilégio em todas as contas e permissões no AD.
- AdminSDHolder: Configurar e monitorar o container AdminSDHolder para garantir que as contas críticas de administrador estejam protegidas contra modificações não autorizadas.
4. Proteção Contra Ataques de Autenticação:
4.1 Proteção Contra Pass-the-Hash
- Restrição de NTLM: Desabilitar o uso do NTLM, sempre que possível, e forçar o uso do Kerberos.
- Proteção de Credenciais: Usar ferramentas como Credential Guard para proteger as credenciais armazenadas na memória.
4.2 Proteção Contra Pass-the-Ticket
- Limitar o tempo de vida dos tickets Kerberos e monitorar atividades suspeitas relacionadas a esses tickets.
- Autenticação Constrained Delegation: Implementar delegação restrita de credenciais para evitar abuso.
5. Monitoramento e Auditoria Contínua:
5.1 Implementação de Auditoria de Eventos
- Auditoria de Contas de Admin: Monitorar todas as ações feitas por contas de administrador de domínio.
- Auditoria de Tentativas de Login: Configurar auditoria detalhada para tentativas de login, especialmente para falhas de login e mudanças de senha.
- Monitoramento de Mudanças no AD: Usar ferramentas de auditoria para monitorar mudanças na estrutura do AD, como modificações em permissões de grupos ou políticas de segurança.
5.2 Ferramentas de Monitoramento
- Utilizar ferramentas de segurança como o Azure Advanced Threat Protection (ATP) ou o Microsoft Defender for Identity para identificar atividades suspeitas e potenciais ameaças.
6. Recuperação e Plano de Resposta a Incidentes:
6.1 Criação de Backups Regulares
Manter backups regulares e testados de todo o Active Directory, incluindo seus controladores de domínio. Isso é fundamental para recuperar rapidamente o ambiente em caso de comprometimento.
6.2 Plano de Recuperação de Desastres
Desenvolver e testar regularmente um plano de recuperação para eventos catastróficos, como perda de um controlador de domínio ou comprometimento de credenciais administrativas.
7. Conclusão:
A segurança do Active Directory é uma das maiores preocupações para as empresas que utilizam esse sistema como base para a gestão de identidades e controle de acesso. Implementar políticas de segurança rigorosas, monitorar continuamente o ambiente e garantir que as contas de alto privilégio sejam gerenciadas com cuidado são passos críticos para proteger a infraestrutura. A adoção de práticas como a segregação de funções, autenticação multifator e auditorias contínuas ajudam a reduzir significativamente as chances de um comprometimento.
8. Referências:
- Microsoft. Active Directory Security Best Practices.
- Microsoft. Azure Advanced Threat Protection.