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José França
José França14/03/2025 08:09
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Boas Práticas e Medidas de Segurança no Active Directory

    Resumo:

    Este artigo explora as melhores práticas de segurança para o Active Directory, um serviço crítico utilizado na maioria das redes corporativas. Serão discutidas as principais ameaças, as vulnerabilidades mais comuns, e as estratégias de mitigação para proteger a infraestrutura de TI. O foco está em políticas de autenticação, gerenciamento de privilégios, proteção de controladores de domínio e auditoria contínua de eventos de segurança.

    1. Introdução:

    1.1 O que é o Active Directory?

    O Active Directory (AD) é um serviço da Microsoft que gerencia identidades e controla o acesso a recursos em redes corporativas. Ele oferece autenticação centralizada, autorização e gerenciamento de políticas, sendo um dos componentes mais críticos em qualquer infraestrutura de TI.

    1.2 Importância da Segurança no AD

    Por ser o principal sistema de gerenciamento de identidades e controle de acesso, comprometer o Active Directory pode resultar no controle total de uma rede. Portanto, a segurança do AD é uma das prioridades nas estratégias de segurança de TI.

    2. Ameaças Comuns ao Active Directory:

    2.1 Ataques de Elevação de Privilégios

    Os invasores frequentemente exploram vulnerabilidades para obter privilégios de administrador, o que permite controle sobre o ambiente AD.

    2.2 Pass-the-Hash e Pass-the-Ticket

    Esses são ataques em que credenciais roubadas, como hashes de senha ou tickets Kerberos, são reutilizados para acessar recursos sem a necessidade de conhecer as senhas reais.

    2.3 Comprometimento de Controladores de Domínio

    Os controladores de domínio (DCs) são os servidores mais críticos no AD. Se comprometidos, eles podem permitir o controle total do ambiente.

    3. Boas Práticas de Segurança no Active Directory:

    3.1 Proteção de Contas de Alto Privilégio

    • Contas de administrador de domínio: Limitar o uso dessas contas ao mínimo necessário, utilizando-as apenas quando estritamente necessário. Implementar políticas de controle de acesso robustas para estas contas.
    • Segregação de funções: Usar contas separadas para administração diária e para tarefas sensíveis.

    3.2 Implementação de Políticas de Senha Fortes

    • Utilizar políticas de senha robustas (mínimo de 12 caracteres, combinação de letras, números e símbolos).
    • Implementar autenticação multifator (MFA) para todas as contas de administrador e, sempre que possível, para usuários finais.

    3.3 Uso de Grupos de Acesso Controlado

    • Utilizar grupos de acesso dinâmico para conceder permissões temporárias de administrador com base em tarefas, revogando automaticamente após o término da tarefa.
    • Minimizar a quantidade de usuários em grupos administrativos.

    3.4 Gerenciamento de Controladores de Domínio

    • Manter todos os controladores de domínio (DCs) atualizados com os patches de segurança mais recentes.
    • Controladores de Domínio Dedicados: Evitar o uso de controladores de domínio para outras funções, como servidores de aplicativos ou arquivos.
    • Monitorar constantemente os DCs para detectar atividades anômalas.

    3.5 Controle de Acesso ao AD

    • Least Privilege: Aplicar o princípio de menor privilégio em todas as contas e permissões no AD.
    • AdminSDHolder: Configurar e monitorar o container AdminSDHolder para garantir que as contas críticas de administrador estejam protegidas contra modificações não autorizadas.

    4. Proteção Contra Ataques de Autenticação:

    4.1 Proteção Contra Pass-the-Hash

    • Restrição de NTLM: Desabilitar o uso do NTLM, sempre que possível, e forçar o uso do Kerberos.
    • Proteção de Credenciais: Usar ferramentas como Credential Guard para proteger as credenciais armazenadas na memória.

    4.2 Proteção Contra Pass-the-Ticket

    • Limitar o tempo de vida dos tickets Kerberos e monitorar atividades suspeitas relacionadas a esses tickets.
    • Autenticação Constrained Delegation: Implementar delegação restrita de credenciais para evitar abuso.

    5. Monitoramento e Auditoria Contínua:

    5.1 Implementação de Auditoria de Eventos

    • Auditoria de Contas de Admin: Monitorar todas as ações feitas por contas de administrador de domínio.
    • Auditoria de Tentativas de Login: Configurar auditoria detalhada para tentativas de login, especialmente para falhas de login e mudanças de senha.
    • Monitoramento de Mudanças no AD: Usar ferramentas de auditoria para monitorar mudanças na estrutura do AD, como modificações em permissões de grupos ou políticas de segurança.

    5.2 Ferramentas de Monitoramento

    • Utilizar ferramentas de segurança como o Azure Advanced Threat Protection (ATP) ou o Microsoft Defender for Identity para identificar atividades suspeitas e potenciais ameaças.

    6. Recuperação e Plano de Resposta a Incidentes:

    6.1 Criação de Backups Regulares

    Manter backups regulares e testados de todo o Active Directory, incluindo seus controladores de domínio. Isso é fundamental para recuperar rapidamente o ambiente em caso de comprometimento.

    6.2 Plano de Recuperação de Desastres

    Desenvolver e testar regularmente um plano de recuperação para eventos catastróficos, como perda de um controlador de domínio ou comprometimento de credenciais administrativas.

    7. Conclusão:

    A segurança do Active Directory é uma das maiores preocupações para as empresas que utilizam esse sistema como base para a gestão de identidades e controle de acesso. Implementar políticas de segurança rigorosas, monitorar continuamente o ambiente e garantir que as contas de alto privilégio sejam gerenciadas com cuidado são passos críticos para proteger a infraestrutura. A adoção de práticas como a segregação de funções, autenticação multifator e auditorias contínuas ajudam a reduzir significativamente as chances de um comprometimento.

    8. Referências:

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