Aprender é abrir uma nova janela no cérebro
Aprender é abrir uma nova janela no cérebro
“Aprender algo é abrir uma nova janela no cérebro.” — Fernando Guedes.
Talvez alguém já tenha dito algo parecido antes, mas nunca li isso em outro lugar — então assumo essa frase como minha.
E gosto da metáfora da janela porque ela representa exatamente o que o aprendizado faz conosco:
ele nos permite enxergar um mundo que não existia antes.
Mas abrir uma janela exige uma coisa simples e, ao mesmo tempo, difícil:
sair da zona de conforto.
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Quando o aprendizado deixa de ser confortável
As vídeo-aulas se tornaram o principal meio de estudo hoje em dia. Estamos menos acostumados a ler, menos dispostos a interpretar, e por isso acabamos tendo dificuldades quando o conteúdo não vem “mastigado”.
Quando comecei minha pós-graduação em Ciência de Dados com Big Data e descobri que todas as aulas seriam apenas em PDF, sem encontros, sem vídeos, sem ninguém explicando…
pensei:
“Misericórdia. Como vou sobreviver a isso?”
E aí veio a parte surpreendente:
foi uma das melhores coisas que já me aconteceram.
Foi desconfortável, mas foi transformador.
Pela primeira vez em muito tempo, eu não estava só ouvindo alguém “mastigar” e entregar pronto.
Eu tinha que pensar, interpretar, construir minhas próprias conexões.
Isso me tirou do automático.
E é sobre isso que quero falar com você.
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A mudança de geração (e a entrega da idade)
Eu sou da geração que estudava em enciclopédias impressas.
Livros desatualizados, páginas amareladas, informações pela metade.
Se quiséssemos aprender citologia, por exemplo, íamos para a biblioteca, passávamos horas mergulhados em compêndios diferentes, anotávamos tudo e depois compilávamos em casa.
Se você está lendo isso e se identificou, demos risada juntos: entreguei a idade.
Mas também entrego outra coisa:
minha posição na vida.
Eu faço parte do grupo que já tem uma carreira, mas decidiu mudar de área.
Talvez você também esteja nesse grupo.
Ou talvez esteja no início da sua trajetória profissional.
Seja qual for seu momento, uma coisa é verdade para todos nós:
o sucesso exige repertório.
E aqui vai um conselho importante:
Seja especialista em algo, mas nunca negligencie o poder de saber um pouco de tudo.
Isso abre portas.
Isso cria conexões.
Isso faz você pensar melhor.
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Entre vídeo-aulas e leitura — e como unir os dois mundos
Há muito tempo que estudo por vídeo-aulas. Quando precisei voltar a estudar por leitura, foi um choque.
Mas percebi algo importante:
Os dois formatos são parecidos… se você aprende a usar do jeito certo.
E é isso que quero te mostrar agora.
Respira fundo.
"Vamos à arena". - O Poderoso Chefão
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Como estudar vídeo-aulas de forma eficaz
Antes de tudo, seja sincero consigo mesmo.
Não dá para aprender verdadeiramente se você estiver no modo automático.
Pergunte-se:
- O que tenho feito certo?
- O que tenho feito mais ou menos?
- O que estou fazendo claramente errado?
O aprendizado é sua responsabilidade. Ele volta para você em algum momento da vida.
Então, vamos fazer isso direito.
O grande problema das vídeo-aulas
Imagine a cena:
Você dá play.
O professor mostra um processo perfeito.
Tudo pronto, testado, funcionando.
Você repete.
Acha incrível.
Pensa:
“É isso! É isso que quero para minha vida!”
Aí vem a parte crítica:
Na primeira aula você aprende a preparar o ambiente de desenvolvimento.
E nunca mais faz aquilo sozinho.
Quando precisa refazer, não lembra de nada.
Corre para rever o mesmo vídeo.
Repete sem pensar.
O que deu errado?
Simples:
Você não viveu o processo.
Você apenas assistiu alguém viver por você.
E sem vivência, não há retenção.
Lembro de um livro que dizia:
“A repetição é a mãe da retenção.”
O professor pesquisou, testou, acertou, errou, corrigiu.
Você só consumiu o resultado final.
Seu cérebro não suou.
Seu músculo mental não cresceu.
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Como eu levantei a cabeça acima da manada
E aqui entra o método que mudou minha forma de aprender.
1. Assisto a aula inteira primeiro.
Sem pressa.
Sem tentar reproduzir.
Só observando e anotando.
2. Eu ANOTO — não COPIO.
Anotar é interpretar.
Copiar é repetir.
Eu escrevo o que o professor quis dizer, não o que ele disse.
Tenho uma regra interna:
“Escreva para o Fernando do futuro.”
Ou seja, escrevo de um jeito que eu consiga entender daqui a uma semana.
3. Reproduzo o conteúdo em uma máquina virtual.
Isso aqui é ouro.
Por quê?
Porque eu posso:
- errar à vontade
- quebrar tudo
- apagar e recomeçar quantas vezes quiser
Sem medo.
4. Repito até conseguir fazer sem olhar o passo a passo.
É cansativo?
Sim.
Funciona?
Demais.
Você aprende a andar de bicicleta.
E nunca mais esquece.
Como aprender por leitura (de verdade)
A leitura é o mundo onde sua imaginação é livre.
Ninguém te diz como pensar.
Ninguém te empurra a interpretação.
Ninguém te mostra o caminho pronto.
Você constrói seu próprio caminho.
E isso é poderoso.
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O perigo do consumo passivo
Aprender apenas lendo não funciona.
A leitura precisa ser ativa.
Ou seja:
- ler
- refletir
- anotar
- colocar em prática
Essa é a sequência.
O método para aprender qualquer coisa com leitura
1. Leia sem pressa.
Não é sobre vencer páginas.
É sobre vencer conteúdo.
2. Reescreva as ideias principais.
Sem copiar.
Reescrever é entender.
Pense como se estivesse escrevendo um manual prático para aplicar aquilo depois.
3. Anote insights.
Aquele pensamento que surge e você acha bobinho?
Não é.
É ele que faz sua visão própria surgir.
4. Teste suas ideias.
Cada insight é um experimento.
Pode dar certo ou errado.
E, como Edison disse:
“Não errei mil vezes.
Aprendi mil maneiras de não fazer uma lâmpada.”
Errar faz parte do processo.
Evitar o erro é evitar o aprendizado.
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Agora é a sua vez
Respira.
Olha para o conteúdo que quer aprender.
Escolha um capítulo, uma vídeo-aula ou um PDF.
E vá para a arena.
Lute pelo seu aprendizado.
Ele é seu.
Ninguém pode tirar isso de você.
E agora eu te pergunto:
Qual é o próximo conteúdo que você vai aprender por leitura?
Estou ansioso para aprender junto com você.




