Carlos Lima
Carlos Lima18/01/2025 14:37
Compartilhe

Aprenda inglês criando metas que fazem sentido e usando o tempo que você tem disponível


    Sumário: Aprenda a estudar inglês sem que isso lhe tome horas do seu dia, definindo metas flexíveis e estudando como uma “criança”.


    Quando decidi aprender Inglês, iniciei uma longa busca na internet pelos especialistas no tema, os poliglotas. Ainda guardo no meu peito alguns deles, foram fundamentais em minha jornada, mas há algo que nunca esqueci . Um vídeo do canal What I’ve Learnt, intitulado, “How To Learn a Language: INPUT (Why most methods don’t work). O que me marcou neste vídeo foi a ideia a qual o autor se referia. De fato, não aprendemos a nossa língua materna estudando gramática, aprendemos através de um processo interativo, com feedback dos nossos pais, erros e mais erros. Aquele vídeo me fez questionar se não seria possível aprender um idioma como uma criança, de fato para mim foi possível. Desde aquele vídeo eu aprendi Inglês, Francês e iniciei Norueguês.

    Ao longo dos anos fui adaptando aquela ideia e criando um método próprio, condizente com o meu conceito de produtividade, que não era inflexível, como muitos abordam. Sobre a flexibilidade tratamos sobre ela em breve, quando formos tratar sobre as metas, primeiro precisamos entender a razão pela qual você quer aprender o idioma.

    No site The French Experiment, os autores criaram sete etapas as quais o estudante pode utilizar para aprender um idioma, a primeira etapa é referente às motivações dele. Essa motivação está conectada ao nível de inglês que é necessário aprender. Se for viajar em seis meses, é preciso algumas palavras chaves, um livro denso de gramática pode não ser relevante para sua situação, talvez algumas aplicações que focam na aprendizagem por contexto lhe sirvam melhor, como o Duolingo ou Memrise. Por outro lado, manter uma conversação com um nativo requer entender a gramática do idioma, uma vez que é preciso entender a mecânica do idioma. Portanto, comece decidindo a razão pela qual quer aprender o idioma, é algo básico? Quer conversar com nativos? Quer alcançar um nível no qual possa ser considerado um nativo? 

    Escolhido seu objetivo, é hora de planejar. Nesta parte há a maior taxa de desistência. Não apenas no campo dos idiomas. Eu cheguei a conclusão de que é pela forma perversa como entendemos a auto-disciplina. Eu prefiro abordar ela em doses, tem dias que eu tenho mais ou menos disposição, todo mundo tem dias ruins. Por isto, desde então aplico a estratégia criada por R. Aaron, chama-se MTO. Ela consiste em definir uma meta e ao invés de entender ela como um ente binário, neste caso, sucesso ou fracasso. Você divide ela em três etapas:

    1. Mínimo
    2. Alvo
    3. Mais que o esperado

    Mínimo, refere-se ao que você sabe que pode fazer mesmo nos piores dias possíveis, por exemplo, para mim sobre a escrita eu sei que no mínimo sou capaz de escrever 500 palavras por dia. O meu alvo é 750. Seria o cenário perfeito, em dias onde há plena disposição para tanto.Por fim, se eu estiver com ânimo nas alturas eu posso produzir mais que o esperado, 1000 palavras. Nesse caso, escrever 500, 750 ou 1000 significa sucesso, desde que o mínimo seja feito, não há fracasso. No geral, métodos inflexíveis nos levam a frustração e desânimo. O que acaba nos levando a desistência. Da próxima vez que for definir suas metas para aprender Inglês, pense sobre isto.

    Uma situação onde isto pode ser aplicado e que também tem relação com o vídeo do canal What I’ve Learnt é a quantidade de leitura. Como disse, a ideia central é que podemos aprender um idioma como uma criança o faz, algo inerente desde processo é ouvir o idioma bastante, bastante, sério, bastante mesmo. Isto pode ser feito de duas formas:

    • Intensiva: Leitura recomendada para quem está começando, consiste em parar e anotar palavras novas, estudar a construção delas.
    • Extensiva: O objetivo é ler o máximo que puder, quanto mais palavras você ler, mais palavra saberá (você pode ignorar o que não souber, uma vez que está lendo bastante, uma hora a palavra volta e você aprenderá ela). Essa leitura é recomendada para quem está em um nível intermediário do idioma.

    No site The French Experiment, os autores sugerem a leitura de textos curtos, como HQs. Opte por HQs com linguagem cotidiana. As minhas preferidas são: Asterix e Obelix, As aventuras de Tintim e conteúdo da DC Comics (No geral).


    A mesma ideia se aplica a prática de ouvir, recentemente assisti mais de 30 horas de vídeo em FR (não de uma única vez, claro), enquanto acompanhava o jogo GOW (God Of War) no canal Galax. Certamente muitas palavras foram apreendidas além de impulsionar o entendimento do idioma. Costumo manter um bloco de notas com essas palavras para consultar e estudar elas.

    image


    Porém, não só ouvir e ler viverá o homem. Em algum ponto a gramática é importante, eu prefiro fazer isto mais tarde, o critério é seu. Quando o faço opto pela coleção Vocabulary in Use. Há para diferentes idiomas, os livros contém exercícios e material suplementar. Desta forma você será capaz de entender profundamente o idioma e usar esse conhecimento para escrever e se expressar melhor. Ao final, você pode optar por uma versão mais específica do idioma. Um livro que trata sobre Business, ou uma abordagem mais coloquial. Isto lhe ajudará a superar o plateau, ou seja a estagnação no aprendizado do idioma.

    Por fim, aprender um idioma é uma tarefa de paciência e resiliência, mas uma forma de sabotar isto: escolher caminhos complexos ou fora da sua realidade de tempo. A ideia deste ensaio é te ajudar a ver esse processo por uma outra ótica, na qual você usa o tempo disponível e estabelece as suas metas de forma eficiente, usando a estratégia MTO


    Nota do autor

    • Seja paciente sobre possíveis erros gramaticais, a julgar pela recorrência deles você sabe o quanto eu usei o ChatGPT ou qualquer outra ferramenta para escrever o mesmo.
    • Este trabalho levou tempo para ser pesquisado e filtrado, escrever é uma tarefa nobre e árdua. Se sentir confortável, deixe seu feedback (construtivo).
    • Em caso de dúvidas, deixe nos comentários abaixo (farei o possível para responder a tempo).

    Você também pode me encontrar aqui, ou me seguir na DIO para conteúdo dessa natureza:


    Compartilhe
    Comentários (7)
    Francisco Guilherme
    Francisco Guilherme - 03/02/2025 11:27

    Gostei bastante sobre a dica de leituras de HQs, vou experimentar. Nem tinha pensado nisso.

    Carlos Lima
    Carlos Lima - 21/01/2025 09:00

    @ Israel Vez

    Você não precisa se sentir pressionado até que tenha consumido uma quantidade substancial dessas leituras, mas. Pensando no longo prazo. Você pode optar por leitura de livros direcionados ao público infantil. Ou, se preferir (como no meu caso), pode optar por livros que leu no passado ou que gostaria de ler, em seu idioma ALVO. Quando precisar ouvir, há uma infinidade de trabalhos que podem te auxiliar com isto, por exemplo, o Duolingo tem um podcast onde aparece a transcrição do texto (sempre dê preferência a esse estilo).


    Podcast com transcrição do texto


    IV

    Israel Vaz - 21/01/2025 01:12

    Muito bom o seu texto compartilhando um pouco sobre seu modo de aprender idiomas. Queria mais algumas sugestões na parte da leitura e listening da língua. Além das HQs quais outros recursos você recomenda para que possamos manter contato diário com o idioma e aprender mais vocabulário? 

    Desde Já agradeço!

    Carlos Lima
    Carlos Lima - 20/01/2025 15:51

    @Dio Community

    O maior desafio foi entender que: Se algo vale apena ser feito, pode ser feito "mal". Temos sempre a impressão de que podemos "começar do zero", não podemos. A vida já está acontecendo, você já perdeu amigos, oportunidades, tempo. Ela não irá mudar porque a Terra completou o seu movimento de translação, não há razão/razões específica para começar a aprender amanhã, isto pode ser simplesmente feito, hoje. Para mim, aceitar que as coisas não seriam perfeitas todos os dias mas que o progresso vem de pequenas conquistas, acompanhadas de erros e ajustes, no começo, foi doloroso.

    Não acho que as pessoas deveriam tomar isto como uma regra, acredito apenas, que uma ótica diferente pode impactar o que já funciona para ela. Por isso existem tanto livros de auto-ajuda, as pessoas passam mais tempo entendo ou estudando coisas que funcionam para terceiros e quase nenhum se auto-avaliando.

    Carlos Lima
    Carlos Lima - 19/01/2025 19:20

    @Tatiane Silva

    Espero que possa lhe ser útil ^^

    DIO Community
    DIO Community - 20/01/2025 14:19

    Mais um ótimo artigo, Carlos! A abordagem de aprender inglês definindo metas flexíveis e utilizando o tempo disponível é extremamente prática e motivadora. Sua reflexão sobre como podemos aprender um idioma de forma mais natural, como uma criança, é inspiradora e oferece uma nova perspectiva para quem enfrenta dificuldades com métodos tradicionais.

    Um dos pontos mais fortes do texto é a estratégia MTO, que transforma o aprendizado em algo mais acessível e menos frustrante. Além disso, destacar a importância de ouvir e ler bastante, enquanto se adapta ao próprio ritmo, é uma dica valiosa para manter a consistência e o entusiasmo no processo.

    Na sua opinião, qual foi o maior desafio ao implementar essa abordagem flexível no aprendizado de idiomas? Tenho certeza de que sua experiência pode ajudar muitos leitores a encontrar seu próprio caminho para o sucesso linguístico!

    TS

    Tatiane Silva - 19/01/2025 15:39

    Gostei muito! Parabéns!