Elisa Justino
Elisa Justino13/06/2025 22:50
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A qualidade não se entrega no final, se constrói durante o desenvolvimento.

    Respondendo a uma pergunta que recebi no meu artigo anterior:

    “Considerando que ‘qualidade não é algo que se coloca no final, é construída passo a passo’, qual você diria que é o maior desafio para um QA se integrar em todas as etapas do desenvolvimento?”

    Artigo: https://web.dio.me/articles/o-que-e-ser-qa-274d7439d958?back=/articles

    Sendo QA há aproximadamente 3 anos, acredito que o maior desafio é simples e muito real: fazer o time entender que qualidade não é etapa final, etapa de homologação, é parte do processo desde o início.

    Quando o QA não está presente no refinamento, nas discussões e nos alinhamentos, surgem os problemas que todo mundo conhece:

    • Requisitos mal definidos
    • Cenários não pensados
    • Bugs que poderiam ter sido evitados
    • Acessibilidade que poderia ser incluída

    Um exemplo clássico do nosso dia a dia:

    Cai uma task assim: “Criar botão de download”.

    Sem QA na conversa, ninguém pergunta: “Download do quê?”, “Em qual formato?”, “Existe limite?”, “Quem pode acessar?”.

    O problema aparece... só quando já virou dor.

    E aí vem o ciclo que desgasta qualquer time:

    Desenvolve, testa, quebra, volta, corrige, quebra outra coisa.

    E claro, não falta o famoso:

    “Testa aí rapidão pra gente subir hoje.”

    Só que testar não é só clicar. É pensar risco, validar fluxo, proteger o usuário e proteger o time de gastos.

    Quando o QA faz parte de verdade:

    • As histórias vêm melhores
    • O código sai mais preparado
    • O retrabalho diminui
    • E as entregas são muito mais seguras

    Qualidade não é do QA. É do time inteiro.

    Quando isso vira cultura, todo mundo ganha. Principalmente quem importa de verdade: o usuário.

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    Comentários (1)
    DIO Community
    DIO Community - 16/06/2025 13:53

    Perfeito, Elisa. Sua resposta é absolutamente cirúrgica. Você traduz com muita clareza o que muitos profissionais de QA sentem na prática. A sua abordagem deixa evidente que qualidade não é um departamento, nem uma fase, é uma mentalidade que precisa estar presente desde o primeiro alinhamento até a entrega.

    A maneira como você exemplifica com situações do dia a dia (“Criar botão de download... Download do quê?”) torna o conteúdo muito real e fácil de gerar empatia, especialmente para quem já viveu esses contextos.

    Na sua visão, além da mudança de cultura, quais práticas você enxerga como essenciais para fortalecer esse mindset de qualidade compartilhada no dia a dia do time?